Agências espaciais assinam entendimento sobre viagens à Lua

Já há acordos assinados e parcerias comerciais cujo objectivo é envolver empresas privadas nas aventuras especiais. As agências espaciais europeia e norte-americana assinaram um entendimento para “levar a Europa à Lua”, com os estados-membros a contribuírem para um posto avançado na órbita lunar e a poderem enviar três astronautas.

A Agência Espacial Europeia (ESA) contribuirá com pelo menos dois módulos de serviço para o Gateway, que deverá ser o primeiro posto avançado em torno da Lua, fornecendo electricidade, água e oxigénio.

Três astronautas europeus poderão ainda viajar e trabalhar no Gateway, que servirá também como laboratório para futuras viagens a Marte.

De acordo com os termos do memorando assinado, a ESA também construirá o habitat principal para os astronautas que visitam o Gateway e uma janela de observação semelhante ao que existe na Estação Espacial Internacional. “Estamos a avançar para a Lua, não apenas em termos de equipamento e tecnologia, mas também com o nosso povo. A Europa desempenhará um papel central na nova era da exploração espacial global, juntamente com a NASA e os nossos parceiros”, afirmou o director geral da ESA, Jan Wörner.

O director de Exploração Humana e Robótica da agência, David Parker, indicou que pelo módulo de serviço europeu passarão os astronautas que irão à Lua na nova nave Orion.

“A Europa irá fornecer acomodação à tripulação, telecomunicações, reabastecimento e uma vista incrível da Lua”, afirmou, acrescentando que “os astronautas europeus irão voar para o Gateway para viver e trabalhar, pela primeira vez, no espaço profundo”.

A ESA anunciou em Novembro do ano passado a intenção de enviar astronautas à Lua, sem estimar datas.

A sua parceira neste entendimento, a NASA, quer enviar novamente astronautas à Lua em 2024, incluindo a primeira mulher. Apenas astronautas norte-americanos estiveram na Lua, entre 1969 e 1972.

A ESA já é parceira da NASA na missão Ártemis, com que os Estados Unidos ambicionam regressar à Lua em 2024, ao ter colaborado na construção da nave Orion, que levará os astronautas até à órbita lunar. Portugal, que é membro da ESA desde 14 de Novembro de 2000, é um dos países que menos contribuem financeiramente para a Agência Espacial Europeia, subscrevendo em 2019 a sua participação com 18 milhões de euros, o equivalente a 0,4% do orçamento desse ano da ESA.

Juntamente com a França, Portugal preside actualmente, e até 2023, ao Conselho Ministerial da agência, onde têm assento os ministros responsáveis pelas actividades espaciais nos 22 Estados-membros da ESA.