Alcance global do IRS americano começa no próximo dia 1 de Julho
O mundo é pequeno quando se trata de dinheiro e de operações bancárias.
A partir de 1 de Julho o IRS americano vai ampliar o seu alcance a actividades financeiras de cidadãos americanos que têm dinheiro em instituições financeiras estrangeiras.
A partir da próxima terça-feira dia 1 o FATCA – (Foreign Tax Compliance Act), será aplicado num tentativa do governo americano de “melhorar o cumprimento dos contribuintes norte-americanos que têm activos financeiros estrangeiros fora do país”.
O FATCA é projectado para, em colaboração com as autoridades económicas de outros países ter conhecimento de activos de cidadãos norte-americanos em países estrangeiros. Por outras palavras, não haverá nenhuma maneira fácil de possuir valores em contas offshore fora de controle de IRS americano. –
Os cidadãos americanos não só devem comunicar a existência de contas bancárias no estrangeiro, como essas instituições deverão comunicar às autoridades americanas a existência de contas bancárias com saldos combinados de valor superior a 50 mil dólares.
A situação é muito difícil para os bancos estrangeiros que já começaram a não aceitar contas de cidadãos americanos.
O IRS americano fez acordos intergovernamentais com muitos países estrangeiros, que já colocaram alguma pressão sobre as instituições financeiras. Não apenas as instituições financeiras no exterior estão sujeitos a FATCA, mas as empresas que pagam dividendos, juros ou ganhos de capital.
Colapso do dólar?
Alguns analistas prevêem algum tipo de colapso financeiro global nos próximos anos afirmando que este é o primeiro passo para o governo americano estender o controle sobre o seu direito de movimentar dinheiro para fora dos Estados Unidos, como aconteceu com a África do Sul e outros países que impuseram controles cambiais em seus cidadãos que tentavam fugir de regimes repressivos ou de mudança.
Como os mercados têm demonstrado até agora, o dólar dos Estados Unidos é ainda visto como a “mais segura” moeda global, apesar dos problemas de dívida que a América tem.
Por questões fiscais há homens de negócios a desistir da sua cidadania americana. Um dos mais famosos, é o co-fundador do Google, Eduardo Saverin, que evitou enormes impostos estimados 9.600 biliões de dólares quando a empresa se tornou pública e passou a ser negociada em bolsa. Saverin renunciou à cidadania americana em favor do Brasil, onde nasceu.