Alemanha vai a votas no domingo sem futuro governo decidido

A Alemanha realiza no domingo eleições legislativas antecipadas, mas nenhum partido deverá ter maioria necessária para formar governo sozinho, obrigando a negociações sem a extrema-direita, que deverá ser confirmada como segunda força política.

Cerca de 59,2 milhões de eleitores são chamados a escolher os 630 deputados do Bundestag (câmara baixa do parlamento alemão), numas eleições que foram antecipadas em sete meses após o colapso da coligação liderada pelo chanceler Olaf Scholz (Partido Social-Democrata, SPD), por falta de acordo quanto ao orçamento.

As sondagens dão a vitória, com cerca de 30%, à União Democrata-Cristã (CDU), que concorre com a CSU, candidatando o líder conservador Friedrich Merz a chanceler.

Em segundo lugar, a Alternativa para a Alemanha (AfD, extrema-direita) deverá tornar-se a principal força da oposição, se se confirmar a subida da sua votação para cerca de 20% – o dobro de 2021.

O SPD de Scholz e os Verdes, que candidatam o actual vice-chanceler e ministro da Economia, Robert Habeck, disputam o terceiro lugar, com intenções de voto entre os 14% e os 16%.

A votação dos partidos mais pequenos será determinante para os resultados dos principais partidos e para a formação de coligações governamentais. A Esquerda deverá continuar no parlamento, com as sondagens a atribuírem-lhe agora 9%, uma subida em relação aos 5% a 6% das últimas semanas.

O cenário mais provável para coligações governamentais será a reedição do modelo CDU/SPD, em governos da antiga chanceler conservadora Angela Merkel, mas os Verdes ou o FPD – se for eleito – também podem entrar na equação.