Alexandra Reis diz não ter dúvidas que “foi a vontade da CEO” que a levou à saída

Alexandra Reis disse na passada 4ª feira, durante a comissão de inquérito, não ter dúvidas que foi a vontade da CEO da TAP que levou à sua saída, embora tenha dúvidas quanto às razões, e que o então secretário de Estado Miguel Cruz ficou “muito surpreendido”.

“Não tenho dúvidas que foi a vontade da CEO, esta é a minha convicção pessoal, a CEO queria que eu saísse da empresa. 

Confesso que tenho dúvidas sobre os motivos”, afirmou a ex-administradora da companhia aérea, em resposta ao deputado da IL Bernardo Blanco, na comissão de inquérito à TAP, que questionou sobre os motivos para a sua saída da empresa.

Alexandra Reis disse que não ficou claro, para si, na altura, as razões para a presidente executiva, Christine Ourmières-Widener, querer que a então administradora cessasse todas as funções que desempenhada na TAP e adiantou que, num telefonema cordial com o então secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz, este pareceu-lhe “muito surpreendido” com a sua saída.

“Entretanto li o relatório da IGF, onde li divergências irreconciliáveis, ontem [terça-feira] ouvi falar de organização, ouvi falar de perfil, por isso para mim não são claras as razões. O que posso dizer é que, relativamente à minha atuação na empresa, sempre tive uma relação cordial e de trabalho com todos os membros do Conselho de Administração e da Comissão Executiva, que me parece normal que haja algumas diferenças de opiniões sobre alguns assuntos, parece-me até salutar, […] sempre o fiz de forma muito construtiva”, salientou.

A ex-secretária de Estado disse não considerar “de todo verdade” que aquelas divergências tivessem que ver com o plano de reestruturação, sublinhando que participou na sua elaboração.

No entanto, admitiu ter expressado preocupações sobre a operacionalização de um aumento de 30% das receitas e que não acreditava que fosse possível voar toda a capacidade inscrita no plano, revista em alta em De-zembro de 2021.

“Tinha havido uma alteração ao plano de reestruturação que me deixava preocupada e que, por isso, eu de forma muito transparente e entendendo que eram aqueles os meus deveres e responsabilidades, naturalmente, levantei as minhas dúvidas e deixei claro que a empresa tinha de ter um mecanismo de flexibilidade e gestão de risco adequados”, explicou.