Amador ganhou por maioria absoluta
As eleições da passada terça-feira deram a quinta vitória a Augusto Amador, apesar da forte oposição dos restantes quatro candidatos, na sua maioria jovens a candidatarem-se a um lugar na vida pública.
A análise dos resultados não é difícil de desenhar e explicar se tivermos em conta que Amador, o incumbente, surge sempre à partida com vantagem considerável. Ainda que a difícil passagem pela linha de Aníbal Ramos tivesse feito tocar os sinos quando este desistiu em favor de Jeffries, só existia apenas uma porta para o actual vereador – a do partido que apoiou Shavar e gastou uma pequena fortuna nesta eleição.
No bairro leste, não foi Shavar que arrastou Amador nunca campanha emotiva e muito mediática, mas sim o contrário. Com mais de dois mil votos, foi Amador que deu vantagem a Jeffries no bairro leste e este só não ganhou a câmara em virtude de um arranque tardio de campanha a qual deveria ser mais faseada mas ter sido iniciada mais cedo.
Havia a hipótese de uma segunda volta, caso Amador não conseguir a maioria absoluta. Este era o seu maior medo, uma vez que qualquer dos opositores seria apoiado inevitavelmente por Ras Baraka na segunda volta e isso poderia ser um problema no dia 10 de Junho. Passou no exame com mérito.
Quanto a Baraka, este fez o que lhe competia. Rodeou-se de um grupo de voluntários muito activo e soube passar a mensagem em discursos inflamados e muito agitados.
Regressando ao bairro leste, falemos dos opositores de Amador. Jonathan Seabra surpreendeu pela positiva. Os 861 votos que conseguiu deve-se sobretudo ao nome Seabra que todos conhecem no bairro e na cidade. Este jovem tem capacidade e talento para, no futuro, conseguir incluir-se no futuro político de Newark. Ainda é jovem e tempo é coisa que não lhe falta.
Quanto a Luis Correia, foi visível a falta de recursos financeiros e também a falta de indicadores objectivos de campanha. Tentou, mas não foi além de um, breve sinal de opções futuras. Vai ter de trabalhar mais se quiser ser candidato nas próximas eleições.
Jimmy Parillo nunca foi um candidato sério. O veterano residente e activista do Ironbound é uma óptima pessoa mas apareceu apenas para dividir o voto em favor de Baraka.
Quanto a Omar Nieves, ainda é pouco conhecido no bairro e, sendo hispânico, não chocaria vê-lo com um melhor desempenho, mas não conseguiu passar a mensagem.
Voltando a Amador, este tem entre braços uma quantidade de projectos antigos e não só, favoráveis ao bairro. Em 16 anos aprendeu, cometeu erros mas possui no seu portfólio a experiência necessária para fazer avançar projectos e manter a estabilidade.
A reeleição por maioria absoluta não surpreende nesta fase da vida política do vereador.