ANTHONY PORTAL | Rostos do Folclore Português na América
Por HENRIQUE MANO e FERNANDO G. ROSA | Hartford, CT
Quando o jovem luso-americano Anthony Portal nasceu, há 19 anos, o Rancho Folclórico do Clube Português de Hartford, no estado de Connecticut, já fazia caminho há mais de três décadas. Há semanas, aquela formação de cariz popular comemorou o seu meio século de existência – e, na noite de festa, lá estava Anthony, a dançar e a tocar concertina.
“Eu diria mesmo que nasci praticamente no seio do rancho”, conta o luso-descendente, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO. “Os meus irmãos mais velhos também fazem parte dele e desde pequeno que me lembro, para aí com 5 ou 6 anos, de me juntar ao grupo dos mais pequenos e ir para cima do palco. Fui aprendendo a dançar e, depois, resolvi também tocar concertina.”
De integrante infantil, passou a adulto e, hoje, é uma das forças vivas da formação folclórica portuguesa mais antiga da Nova Inglaterra em actividade contínua – juntamente com os irmãos Jeffrey e Alex.
Anthony nasceu em Hartford, filhos dos emigrantes Domingos e Rosemary Portal – ele transmontano, ela já cá nascida mas com raízes em Cortiçal. Cresceu no vizinho município de Rocky Hill, onde fez o liceu, e frequenta agora a Central Connecticut State University, onde vai seguir gestão.
“Para mim, é muito importante manter-me próximo das minhas raízes”, sublinha Anthony Portal, “e, estando no rancho, contribuo de certa forma para que estas tradições não se percam e sejam passadas às gerações vindouras.”
Quem não esconde a satisfação ao ver Anthony e os dois irmãos no histórico rancho de Hartford, é o pai dos três irmãos, o emigrante Domingos Portal. “Tanto eu como a minha esposa, temos muito orgulho de todos eles”, afirma, falando ao jornal LUSO-AMERICANO, “sobretudo sendo eles nascidos e criados aqui nos Estados Unidos. E vê-los com todo esse fulgor pelas raízes, é algo notável.”
Domingos Portal diz que sempre incentivou os filhos a falar português “e íamos de férias de três em três anos a Portugal. O Anthony deve lá ter ido umas 5 ou 6 vezes.”
O jovem integrante do rancho também confessa a sua paixão pelo futebol – “ou não fosse português”, diz o sportinguista. “Agora estou a seguir o Mundial para ver Portugal jogar e ganhar. Até porque pode ser o último em que o Cristiano Ronaldo joga.”