AOS 21 ANOS, LUSO-AMERICANO DE CONNECTICUT JÁ É CEO DE EMPRESA COM $1 MILHÃO EM RECEITAS

Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO

Em 2015, o luso-descendente Jason Tereso Louro, de Hartford, Connecticut, era um aluno do liceu como tantos outros a servir à mesa da ‘Tunxis Grill & Pizzeria’ em regime part-time para ganhar dinheiro. Hoje, e com apenas 21 anos, está à frente de uma empresa de software que desde Novembro de 2018 se tornou lucrativa, tendo mesmo chegado à marca do 1 milhão de dólares em receitas.

“O que sempre quis foi ser realizador de cinema, a informática era o meu plano B”, afirma Jason Louro, em entrevista exclusiva ao jornal LUSO-AMERICANO.

A vida – e o destino – trocaram-lhe a ordem das prioridades e hoje Louro, que acaba o curso de informática e filosofia em Dezembro próximo na Northeastern University em Boston (“foi o ‘double major’ que escolhi”), é CEO de uma empresa que produz software para quem quer singrar como autor de livros.

Jason nasceu em Hartford, CT; o pai, Carlos Louro, é natural de Angola e filho de portugueses de Cortiçal, Santarém, e a mãe, Sally Tereso Louro, é luso-americana de primeira geração nascida em Massachusetts mas com origens em Alcobaça. O jovem gestor cresceu em Windsor e fez a escola secundária na Suffield Academy, transitando logo depois para a bem reputada Northeastern University.

❝O QUE SEMPRE QUIS FOI SER REALIZADOR DE CINEMA, A INFORMÁTICA ERA O MEU PLANO B❞

➔Jason Louro, CEO

‘Campfire Technology’

“A minha ideia era, assim que acabasse a universidade e o meu ‘minor’ em cinema, mudar-me para Los Angeles”, conta. “Entretanto, há dois anos, quis escrever o meu primeiro guião cinematográfico e, como não encontrei nenhum programa de software que me agradasse, resolvi criar um que fosse visualmente mais atraente”.

Corria o mês de Agosto de 2018. Jason Louro pôs mãos à obra e dois meses depois nascia o ‘Campfire’, com as ferramentas que acreditava essenciais para quem quisesse dar asas à imaginação literária. Tinha 19 anos quando começou a comercializar o produto software.

“No primeiro mês vendemos 10 ou 15 assinaturas, se tanto”, diz Louro. “No mês seguinte, em Novembro, investimos numa campanha junto de Youtubers e em publicidade no Facebook e Instagram que deu certo, apesar de ter sido na altura um grande risco financeiro. Afinal, gastámos 3 mil dólares e ainda não tínhamos vendido muitas cópias do ‘Campfire’”.

As vendas, contudo, disparam e, no final do mês, tinha já acumulado 30 mil dólares em receitas, reinvestindo parte do lucro em novas campanhas promocionais. “É aí que começa o nosso crescimento”, acrescenta.

Não tardaria muito e estava a registar o primeiro milhão de dólares em receitas. “Nada mau para quem investiu apenas cerca de 3 mil dólares no início”, sublinha. “Desde então, todos os nossos meses são lucrativos. Devo dizer que chegar ao milhão em receitas foi um tanto surrealista, é um número incrível!”

❝DEVO DIZER QUE CHEGAR AO MILHÃO EM RECEITAS FOI UM TANTO SURREALISTA, É UM NÚMERO INCRÍVEL❞

➔Jason Louro, CEO

‘Campfire Technology’

A empresa tem actualmente 7 funcionários a tempo inteiro e 17 mil utilizadores do seu produto inicial, o ‘Campfire Pro’; em Novembro deste ano, Louro fez o lançamento do ‘Campfire Blaze’, um aplicativo ‘freemium’ (ou seja, de acesso livre mas com utilização restrita) a que já recorrem 20 mil utilizadores.

Com todos os seus funcionários a trabalharem à distância (“desde que começámos, não só desde  pandemia”), Jason Louro quer mudar-se por um ano para Lisboa “entre Junho ou Julho” de 2021 e levar consigo a ‘Campfire’. “Basta-me estar ligado ao meu computador portátil para poder gerir a empresa de qualquer lado do globo e, em Lisboa, vou aproveitar para aperfeiçoar o meu português”, nota Louro, que tem dupla nacionalidade e se expressa mais que bem na língua de Camões.

Lembra que português foi o primeira idioma que aprendeu a esboçar. “Quando fui para a pré-primária, não entendia nada do que diziam em inglês”, afirma o luso-americano, que diz dever o domínio da língua em grande parte aos avós paternos, Joaquim e Maria Celeste Louro, de Hartford, e aos maternos, Leonardo e Zita Teresa, de Chicopee, MA.

Para quem sonhava escrever argumentos para a Sétima Arte, resta dizer que a sua curta existência daria certamente um filme…

Para mais informações sobre a ‘Campfire’, siga este link: www.campfiretechnology.com