AOS 40 ANOS, MIGUEL GUARDA É O 1.º PORTUGUÊS A CHEFIAR A CORPORAÇÃO DE BOMBEIROS DA CIDADE DE LONG BRANCH, NJ

Por HENRIQUE MANO | Long Branch, NJ

Em Janeiro deste ano, e por votação dos seus membros, os Bombeiros de Long Branch, a 6.ª maior cidade do condado de Monmouth, em New Jersey, elegeu Miguel Nuno Guarda para o cargo de chefe. Aos 40 anos, o também agente da Polícia de Estado tornava-se no primeiro luso-americano a ocupar aquela posição desde a criação da corporação, em 1878.

Guarda nasceu em Long Branch, filho dos emigrantes Carlos e Maria Guarda – oriundos de Boa Vista e Monte Real, no município de Leiria; diz, com orgulho, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO, que o avô “Adelino Guarda foi um dos fundadores do Clube Português” local.

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | O chefe Miguel Guarda, dos Bombeiros de Long Branch, NJ, junto à sua viatura

Quando frequentava a 5.ª classe do ensino primário, os pais levaram-no para Portugal, onde permaneceu um ano, regressando depois para Ocean Township, onde fez o liceu; na Rutgers University, forma-se em Engenharia Civil, mas, enquanto estudava, começou a trabalhar como agente especial da polícia, durante a época de verão – o que fez de 2001 a 2006.

Após a universidade, ainda trabalha um ano como engenheiro, mas, em 2006, aos 23 anos, torna-se ‘State Trooper’, afecto à Troop C em Bordentown. A nível da sua ocupação a tempo inteiro, Miguel Guarda é detective desde 2013.

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Miguel Guarda é o 1.º chefe dos Bombeiros de Long Branch de origem portuguesa

“Tornei-me bombeiro em 2008, muito por influência de muitas amizades que tinha que estavam nessa carreira”, explica o chefe Miguel Guarda. “Acabaram por me incentivar a frequentar a academia de treino e comecei por entrar para os Bombeiros de Ocean Township, onde cheguei a chefe em 2017.”

Já em Long Branch, em 2021 passa a subchefe, para depois ocupar o cargo máximo.

“Long Branch tem 26 bombeiros na sua folha de pagamentos e outros cerca de 30 voluntários”, explica o chefe Miguel Guarda. “Os chefes, contudo, não são remunerados.”

Foto: CORTESIA MIGUEL GUARDA | Paralelamente à actividade na Protecção Civil, o luso-americano Miguel Guarda também é ‘state trooper’, sendo essa a sua actividade primária

Com uma média anual de 1600 ocorrências, o chefe diz que nem sempre é fácil conciliar as suas ocupações, “sobretudo quando se tem família. Note-se que o cargo de chefe dos Bombeiros é uma posição que a tempo inteiro, há sempre o que fazer – apesar de eu, no terreno, só me envolver mesmo com os grandes incêndios.”

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Viaturas de combate a incêndios dos Bombeiros de Long Branch, NJ

Sob os seus auspícios, está também uma unidade marítima de resgate, atendendo a que Long Branch é uma cidade à beira mar que reserva 3 milhões de dólares anuais para a protecção civil.

Sobre a carreira policial, paralela à ocupação de bombeiro, diz Miguel Guarda: “Ser polícia foi sempre a minha grande paixão, apesar de nem sempre ter tido a compreensão dos meus pais por ser uma profissão de risco. Mas a minha vontade falou mais alto por ser mesmo essa a minha vocação.”