Após 50 anos, descola da Flórida uma missão que leva o restos mortais de ex-presidentes e aparelho que tentará pousar na Lua
Os EUA estão a caminho da Lua, mais de 50 anos depois da última alunagem. A missão, operada por uma empresa privada, leva instrumentos científicos da NASA e restos mortais de atores e ex-presidentes norte-americanos.
O foguetão Vulcan Centaur descolou na segunda-feira da Flórida. Desde a missão Apolo XVII, em 1972, que os americanos não punham o pé no satélite natural da terra.
A missão está a ser operada por uma empresa privada, a Astrobotic, que recebeu 108 milhões de dólares da NASA para colocar na Lua o módulo, batizado de Peregrino, em referência ao falcão-peregrino, considerada a ave mais rápida do planeta. Uma vez na órbita lunar, a sonda esperará até que as condições de iluminação sejam adequadas para tentar alunar, o que deve ocorrer até 23 de fevereiro.
Se o módulo conseguir alunar, a Astrobotic, poderá tornar-se a primeira empresa privada a conseguir esse feito. “Liderar o regresso da América à superfície da Lua, pela primeira vez desde a Apollo, é uma honra tremenda”, disse o chefe daquela empresa, John Thornton, na sexta-feira, em conferência de imprensa.
A missão da Astrobotic leva cerca de 20 unidades de carga, entre as quais instrumentos científicos da NASA para começar a preparar o caminho para o lançamento da missão Artemis, que pretende voltar a colocar humanos na Lua entre 2025 e 2026, com a intenção de criar condições para a instalação de uma base no satélite natural da terra.
Cinco instrumentos levados na missão vão analisar a composição do solo lunar, procurando água e moléculas de hidroxilo. A NASA também estudará a atmosfera superfina da Lua.
Os outros 15 itens da carga pertencem a uma variada gama de clientes. Alguns são carga científica de países como o México ou uma experiência robótica de uma empresa privada britânica, além de memorabília da empresa germânica de navegação DHL.
O Peregrine leva também restos mortais em nome de duas empresas comerciais de funerais espaciais, a Elysium Space e a Celestis, que cobram 10 mil dólares para transportar as cinzas até à Lua.
Entre os restos mortais que a Celestis leva estão amostras de ADN de várias figuras, entre elas, três antigos presidentes dos Estados Unidos: John F. Kennedy, George Washington e Dwight Eisenhower.
Segundo a Celestis, esta missão permitirá a Philip Chapman ascender ao espaço pela primeira vez. Selecionado para o corpo de astronautas em 1967, fez parte dos escolhidos do programa Apollo, mas nunca voou.