Apreciação de projecto de instalação de fábrica de resíduos humanos no Ironbound adiado para 15 de Março
O pedido para um projecto de energia industrial que foi recebido com resistência pela comunidade do Ironbound liderada pelo Ironbound Community Corporation vai ser apresentado ao conselho de planeamento da cidade de Newark no dia 15 de Março, depois de essa apresentação ter sido planeada para o dia 22 de Fevereiro.
O conselho de planeamento da cidade suspendeu o projecto na segunda-feira dia 22, quando o candidato, Aries Clean Energy, deveria ter apresentado o seu pedido. O projecto do candidato prevê a construção de uma instalação que irá converter dejectos humanos num produto conhecido como “biochar” e estará localizado na Doremus Ave, no Ironbound de Newark, uma área já conhecido pelo seu alto índice de poluição.
A comissão aprovou o adiamento da audiência após a apresentação de um pedido por escrito do vice-mayor e director de Desenvolvimento Económico e Habitacional Allison Ladd, que exigia mais envolvimento da comunidade e tempo para a comissão ambiental rever o projecto.
“A cidade foi inundada com protestos públicos e oposição a este projecto, e sentimos que é de boa fé permitir que a empresa interessada em vir para Newark se reúna formalmente com esses residentes para melhor educar o público sobre o projecto em si”, escreveu Ladd. “Este envolvimento da comunidade é a pedra angular da decisão da administração de ouvir os seus residentes”.
“Em segundo lugar, um pedido formal de adiamento foi recebido pela comissão ambiental da cidade, que pediu mais tempo para rever formalmente um projecto dessa magnitude. A cidade gostaria de respeitar os desejos de seus cidadãos e da comissão ambiental. O adiamento contribui para que esse processo seja realizado”, disse Ladd.
A empresa de tecnologia renovável sediada em Nashville está a tentar construir uma unidade de produção de “biochar” num local existente no rio Passaic, de acordo com uma licença apresentada ao Departamento de Protecção Ambiental de Nova Jersey em Janeiro. Uma tecnologia conhecida como gaseificador processará e descartará até 430 toneladas de biossólidos tratados com águas residuais domésticas por dia.
O esgoto é colectado nas áreas de Nova York e New Jersey e tratado em instalações separadas, de acordo com Chris Kidd, diretor de desenvolvimento de negócios da empresa. Os dejectos humanos, ou biossólidos, separados das águas residuais tratadas são levados para a planta de Newark e convertidos por combustão de gás em produtos “biochar”, que a empresa vai vender depois como componente para cimento.
O advogado do requerente, Elnardo Webster, disse que já solicitou uma reunião com a Ironbound Community Corporation (ICC) e outros activistas da comunidade pelo menos 10 vezes e forneceu-lhes o pedido com antecedência, além de uma declaração ambiental, mas sem sucesso, “o nosso cliente quer encontrar-se com a comunidade a qualquer momento e estamos ansiosos para ter essas reuniões”, disse Webster.
Mesmo com várias tentativas de fornecer mais envolvimento com o público para discutir os parâmetros do projecto, os oponentes do mesmo dizem que a instalação contribuiria para a má qualidade do ar do bairro e os odores existentes de fabricação congestionada.
Quanto a uma reunião com o candidato, a vice-directora do ICC, Maria Lopez-Nunez, disse que é um “não” absoluto. “O tempo da comunidade é um processo, então gastá-lo com um candidato que claramente não fez a sua pesquisa na cidade de Newark e o facto de que é uma comunidade sobrecarregada com problemas ambientais é um desperdício para outras pessoas, então é claro que essa fabrica não é bem-vinda aqui”, disse Lopez-Nunez.
“Não há meio termo aqui. Eu sou um grande fã de ‘Vamos entrar na mesa quando houver um meio-termo a ser alcançado’. Se houver uma reunião da comunidade que o candidato realiza com o apoio da cidade, iremos participar nessa reunião, mas o ICC não terá um reunião privada com o candidato , referiu ainda.
Na sua página de Facebook e através das suas comunicações aos residentes , o mayor da cidade de Newark referiu nas últimas três comunicações que nem os activistas, nem a empresa que quer instalar a fábrica em Newark, o contactaram e referiu, “tem que haver uma estratégia, protestar nas redes sociais sem estratégia não vai fazer nada. Ninguém me perguntou qual era a minha posição sobre o assunto.
“Acredito que as leis existentes qualificam este projecto para ser encaminhado ao conselho de loteamento ( Zoning Board)”, referiu Amador. “As leis proíbem explicitamente as instalações de processamento de lodo da definição de ‘manufactura pesada’. Isso significa que o processo deve começar no conselho de loteamento para consideração, não no conselho de planeamento”.
“A cidade de Newark e do Ironbound está repleta de projectos relacionados às emissões atmosféricas, e a qualidade do ar já é péssima. Se concordarmos que este projecto deve ser aprovado, vamos agravar o problema”, acrescentou Amador.