Associação e sindicato entregam providência cautelar contra condições de trabalho
Os elementos da Polícia Marítima e os vigilantes da natureza da Madeira intentaram uma providência cautelar contra a Autoridade Marítima Nacional para não serem obrigados a trabalhar 21 dias consecutivos na Selvagem Grande. Em comunicado enviado às redações, o Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas indica que, em conjunto com a Associação Sócio Profissional da Polícia Marítima (ASPPM), intentou “uma providência cautelar contra a Autoridade Marítima Nacional, cujo dirigente máximo é o almirante Gouveia e Melo”, chefe do Estado-Maior da Armada.
O objectivo, realçam, é que aqueles profissionais não sejam “forçados a trabalhar 21 dias consecutivos na Selvagem Grande” e não tenham de “dormir no chão das embarcações da Marinha durante duas noites na viagem do Funchal até aquela ilha”.No comunicado, o sindicato e a ASPPM referem que, até agora, “dois elementos da polícia marítima e dois vigilantes da natureza, para além de um militarizado troço-de-mar da Marinha, são obrigados a permanecer na ilha Selvagem Grande durante 15 dias consecutivos, estando, para todos os efeitos, de serviço durante as 24 horas do dia.
Acrescentam, porém, que “com o objectivo de poupar 48 mil euros anuais em combustível, o almirante Gouveia e Melo anuiu a que aqueles elementos, ao invés de permanecerem 15 dias na Selvagem Grande, passem a ficar aí durante 21 dias, porque, na óptica do Comandante da Polícia Regional da Polícia Marítima, um acréscimo de ‘quase 50% não tem impacto significativo no pessoal empenhado no local’”. Os vigilantes da natureza e os elementos da Polícia Marítima madeirenses apontam que, “para se poupar em combustível no meio de transporte, sacrifica-se a dignidade pessoal e profissional daqueles elementos”.