Ataque ao Capitólio e as pressões de Trump
A Câmara dos Representantes que investiga a invasão do Capitólio dos Estados Unidos ouviu ex-funcionários do Departamento de Justiça que sofreram pressões por Donald Trump sobre os resultados das presidenciais de 2020.
A quinta audiência pública do mês procurou chamar a atenção para um “período de turbulência” do Departamento de Justiça, quando o republicano, nos seus últimos dias no cargo, procurou ‘vergar’ aquele órgão que há muitos anos defende a sua independência da Casa Branca. Os depoimentos procuraram mostrar que Trump não usou apenas os assessores externos para divulgar as alegações infundadas de fraude eleitoral, mas também tentou utilizar os poderes das agências do poder executivo federal.
Entre as testemunhas esteve Jeffrey Rosen, que era procurador-geral interino durante o ataque ao Capitólio dos EUA, e que teve um tenso confronto na Sala Oval, onde Trump sugeriu substituí-lo por um funcionário de nível inferior, Jeffrey Clark, que pretendia defender as alegações de fraude eleitoral.
Este esquema de Trump foi uma “tentativa descarada” de usar o Departamento de Justiça em seu próprio benefício político, defendeu Bennie Thompson, democrata e presidente do painel de investigação.
“Donald Trump não queria apenas que o Departamento de Justiça investigasse. Queria que o Departamento de Justiça ajudasse a legitimar as suas mentiras, considerando, basicamente, a eleição corrupta” e nomeando um procurador especial, explicou Bennie Thompson.