Autarca da Ribeira Grande, acusado de 32 crimes vai pedir abertura de instrução

O advogado do presidente da autarquia da Ribeira Grande, nos Açores, Alexandre Gaudêncio, acusado de 32 crimes no âmbito da operação Nortada, vai requerer a abertura de instrução do processo no prazo de 20 dias, disse.

“Entendo que há matéria para abertura de instrução”, sustentou o advogado Paulo Linhares Dias em declarações. A instrução é uma fase facultativa em que um juiz de instrução criminal (JIC) decide se o processo segue para julgamento e em que moldes. Na terça-feira, o presidente do município da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, confirmou ter recebido a notificação da acusação do Ministério Público, relativa à operação Nortada, mas não quis prestar declarações até a instrução estar concluída. “Não vamos prestar declarações até a instrução estar concluída, por- que pode ainda haver alterações na acusação”, afirmou, em declarações à Lusa, o autarca da Ribeira Grande.

A Antena 1/Açores noticiou que o Ministério Público acusou 12 arguidos, no âmbito da operação Nortada, incluindo o presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio (PSD). Segundo a rádio pública, o autarca é acusado de 32 crimes de peculato, corrupção passiva, crime de prevaricação, abuso de poder, falsificação de documentos e participação económica em negócio. De acordo com a Antena 1/Açores, foram também acusados pelo Ministério Público o vice-presidente do município da Ribeira Grande, Carlos Anselmo, e o chefe de gabinete de apoio à presidência na altura, Martinho Botelho.