Bagagens de voos da SATA retidas em Lisboa originam protestos no Faial por parte de autarcas e operadores turísticos

Os voos da SATA entre Lisboa e o Faial, nos Açores, chegaram ao destino sem qualquer bagagem de porão durante quatro dias consecutivos, situação que gerou o protesto do autarca da Horta e de operadores turísticos.

Em causa estão as viagens efectuadas pela companhia aérea açoriana, entre Lisboa e a Horta, aeroporto onde os aparelhos A320 operam com penalizações, devido à dimensão da pista (cerca de 1.650 metros de comprimento), agravadas quando as condições climatéricas são mais adversas.

O autarca admitiu que, nalguns casos, o estado do tempo terá sido determinante para a decisão do piloto de não transportar carga, privilegiando as questões de segurança.

Contudo, noutros casos, ter-se-á tratado apenas de “falha de informação” no aeroporto de partida, acrescentou.

Também António Macedo, agente de viagens no Faial, disse não compreender que os passageiros cheguem à ilha, em pleno verão, apenas com a roupa que têm vestida, alertando para a má imagem que esta situação representa do destino Açores.

“Sinceramente não vemos explicações para o que está a acontecer”, lamentou o empresário,  recordando que alguns voos com destino à Horta colocaram combustível à chegada, o que significa que não terão atestado em Lisboa.

Na sua opinião, os passageiros deviam ser informados à partida da possibilidade de a sua bagagem não seguir no mesmo avião, permitindo que pudessem optar por colocar alguns artigos essenciais entre a bagagem de mão, evitando contratempos no destino.

Confrontada com estas críticas, a SATA justificou a retenção de bagagem no Aeroporto de Lisboa, nos voos para a Horta, com as condições meteorológicas adversas que se fizeram sentir nos últimos dias nos Açores e com as condicionantes da pista.

“Esta circunstância, alheia à companhia aérea, obrigou a conceder no transporte de bagagem e carga para salvaguarda da segurança da operação aérea, tendo em conta a necessidade de assegurar o abastecimento de combustível adicional”, adiantou a empresa, em comunicado.

Apesar de estar consciente do incómodo que estas situações causam aos passageiros, a SATA acrescentou ainda que procurou assegurar que a entrega das bagagens em falta fosse garantida “na primeira oportunidade”, de preferência no dia imediatamente a seguir ao voo em que ocorreu a irregularidade.

A SATA já realizou, entretanto, um voo extraordinário entre Ponta Delgada e a Horta durante este fim de semana e prevê realizar um segundo voo só para transportar a bagagem retida em Lisboa.