BENFICA: Jorge Jesus considera que árbitros têm de ter mais autoridade

O treinador do Benfica, Jorge Jesus, considerou ontem que os árbitros têm de ter mais autoridade e assumi-la para evitar as cenas de contestação que se têm verificado nos jogos da I Liga portuguesa de futebol.

Questionado, em conferência de imprensa, sobre o que é preciso fazer para mudar o futebol português, o técnico defendeu que todos os agentes do futebol têm de melhorar, incluindo os treinadores, mas virou também o foco para a contestação às equipas de arbitragem.

“Os árbitros têm de ter mais autoridade no jogo”, atirou Jesus, antes de concluir que “eles têm autoridade, mas têm de assumir-se mais” para controlarem as incidências da partida.

Acto contínuo, o técnico lembrou que no passado, no banco, “só o treinador é que podia falar”, enquanto hoje “toda a gente tem opinião e acha que deve interferir”, o mesmo que acontece no jogo, onde “só o capitão se podia dirigir ao árbitro e hoje todos os jogadores” o fazem.

“Ou seja, o árbitro, hoje, não tem autoridade nenhuma, porque não quer. Porque ele tem autoridade, mas não se quer assumir. Tem de se assumir, tem de se fazer uma reciclagem com quem de direito na arbitragem para dizer: vocês têm autoridade para impor as regras do jogo. E quem não quer, vai para a rua. Tão fácil como isto”, atirou.

O discurso de Jorge Jesus acontecia, também, no seguimento do seu comentário aos acontecimentos de domingo, após o encontro entre Moreirense e FC Porto, onde o técnico defendeu que “treinadores, árbitros e jogadores” têm de “olhar para o produto” que é o futebol e começar a pensar que este “é muito mais importante do que os interesses individuais”.

“E todos temos de abraçar essa causa, senão andamos sempre com estas situações que acontecem no futebol português. E eu, particularmente, gostava de contribuir para que isso não acontecesse”, frisou.

Mais tarde, em resposta a outra pergunta, o técnico voltaria ao tema para defender que é preciso “melhorar o produto, que é o futebol”, considerando que “é tão bem jogado em Portugal”, onde há “dos melhores jogadores e treinadores do mundo”.

“Estas situações fazem-me um bocadinho lembrar antigamente, quando víamos aqueles jogos do futebol sul-americano que acabava tudo à porrada e isso já não existe. E nós temos de começar a pensar e a caminhar todos com uma ideia em defesa do futebol, porque no fundo é isto que nos alimenta e faz com que cada um tenha a sua actividade profissional”, concluiu.