BENFICA: Rui Costa reconhece insucesso e critica ‘devassa pública’
O presidente do Benfica, Rui Costa, reconheceu sábado que a época está “aquém” do que o clube ambicionava e mostrou-se revoltado com a “asfixia mediática”, reafirmando “mérito” em todas as conquistas e pedindo “união e confiança”.
“Sou o primeiro a assumir a responsabilidade de não estarmos onde gostaríamos de estar. Porque a exigência mínima no Benfica é vencer, gostaria que hoje pudéssemos viver este momento em circunstâncias desportivas diferentes. Mas sou também o primeiro a reconhecer que esta época está aquém daquilo que ambicionámos,” admitiu o presidente benfiquista.
Rui Costa proferiu estas palavras no discurso de abertura da cerimónia de entrega dos Anéis de Platina e Emblemas de Ouro e de Prata aos associados, no Pavilhão Fidelidade, no Estádio da Luz, em Lisboa.
Rui Costa ‘olhou’ depois para fora e teceu críticas à forma como considera que o Benfica tem sido tratado em diversos processos e reafirmou o mérito que o clube ‘encarnado’ teve em todas as suas conquistas.
“Este foi um ano atípico. Um ano em que atravessámos profundas mu-danças internas, mas, também, fomos alvo de grandes interferências externas. Caros consócios, temos assistido ao longo das últimas semanas a uma erosão sem precedentes da reputação e da honra do Sport Lisboa e Benfica”, acusou.
Rui Costa deixou muito claro que tudo o que o Benfica conquistou, consegui-o por “mérito próprio”, sem ajudas externas, de qualquer tipo.
“Percebo a vossa frustração porque ela não é diferente da minha. Antes de ser presidente, director ou jogador profissional, já vivia o nosso clube da mesma forma que vocês vivem: com intensidade, amor e uma vontade enorme de vencer sempre, porque são esses os sentimentos que o Benfica desperta em nós. Estive desde o início consciente de que esta temporada representaria um desafio enorme. Tudo apontava para aí”, declarou o presidente.
O líder dos ‘encarnados’ reconheceu a que a situação não está fácil e disse que precisa de tempo, embora consciente de que é algo que é difícil pedir.
“Aquilo por que passámos e continuamos a passar não antecipava tempos fáceis e a realidade veio a prová-lo. Passados 20 anos, o Benfica mudou de liderança. E, naturalmente, essa mudança traz consigo a necessidade de algo que num clube como o nosso nem sempre é fácil de se pedir e de se ter: tempo. Tempo para reorganizar o clube à imagem da nova liderança, tempo para implementar ideias diferentes, tempo para alcançar a estabilidade que ambicionamos”, explicou.