Biden duplica meta de vacinação e já pensa nas eleições de 2024

A Imigração domina primeira conferência de imprensa do presidente, na qual admitiu recandidatar-se. Democrata diz que não deixará a China ultrapassar o seu país

A “máquina de gafes” Joe Biden, como o próprio se qualificou certa vez, passou o teste da primeira conferência de imprensa. É certo que disse em determinado momento que entrou no Senado há “120 anos”, noutro momento deu como exemplo de país de imigração a ilha francesa de Guadalupe e noutro perdeu simplesmente o fio à meada. Mas não fugiu às questões levantadas por nove jornalistas, que se concentraram mais em questões internas, como a imigração, o obstrucionismo no Congresso, os estados republicanos que legislam para restringir o direito de voto e a sua recandidatura. Sobre as relações internacionais, Joe Biden respondeu a questões sobre a retirada de tropas do Afeganistão, a ameaça norte-coreana e a forma como vai lidar com a China.

Antes de dar início à sessão de perguntas e respostas, o democrata anunciou que a meta de vacinar 100 milhões de pessoas nos primeiros cem dias de presidência passou para 200 milhões, uma vez que o objectivo foi alcançadoao 58.º dia, resultado de um reforço de 10 mil milhões de dólares para que a vacina chegue aos mais desfavorecidos. “A ajuda chegou e a esperança está a caminho”, declarou, antes de dizer que espera a reabertura de todas as escolas do ensino básico até 1 de Abril e lembrou que há menos 100 mil desempregados.

Questionado sobre outros temas como as alterações climáticas, a violência e a imigração, explicou que foi “eleito para resolver problemas e o mais urgente é a covid e o problema económico para milhões e milhões de norte-americanos”. Os outros, explicou, são problemas de longo prazo. “O problema fundamental é dar às pessoas paz de espírito e que quando se deitem não pensem que vão perder o seguro de saúde ou a casa.” E para resolver os problemas de curto ou de longo prazo os democratas estão dependentes da oposição, tendo em conta a divisão no Senado. “Temos de saber se os republicanos querem trabalhar connosco ou se querem continuar a política de divisão do país.”

O recente lançamento de mísseis da Coreia do Norte mereceu de Biden o comentário de que “haverá respostas” se Pyongyang continuar a violar as resoluções das Nações Unidas, mas também se disse preparado “para alguma diplomacia”, e concordou com o conselho de Barack Obama a Trump sobre a urgência do problema nuclear. Mas foi sobre a China que mais se deteve, até porque aproveitou para lançar uma corrida pela liderança mundial.