BIOQUÍMICA: Portugueses desenvolvem medicamento antiviral
Investigadores portugueses estão a desenvolver um medicamento contra uma grande diversidade de vírus para enfrentar uma possível nova pandemia, segundo o bioquímico Miguel Castanho, que defende uma rede de vigilância para os coronavírus como a que existe para a gripe.
“Temos que ter medicamentos antivirais que sejam activos contra vírus muito diversos, mas também temos que saber fazer aquilo que fizemos antes que foi desenvolver vacinas, mas temos que o fazer de uma forma mais eficaz e mais direccionada. Em Portugal estão a decorrer projectos, quer numa vertente quer na outra”, disse Miguel Castanho.
O especialista falava à Lusa nas vésperas de se assinalar um ano que a Organização Mundial da Saúde declarou o fim da emergência de saúde pública internacional causada pelo vírus SARS-CoV-2.
Para assinalar a data, o Instituto de Medicina Molecular (IMM) – que lidera o projecto NOVIRUSES2BRAIN, um consórcio europeu que está a tentar desenvolver um medicamento antiviral de muito largo espectro – reuniu três bioquímicos, Miguel Castanho, Cláudio Soares (investigadores) e Tiago Brandão Rodrigues, antigo ministro da Educação, numa conversa, disponível no youtube do IMM, em que falaram das lições aprendidas e da possibilidade de uma nova pandemia.
Questionado pela Lusa se os países estão preparados para uma nova pandemia, Miguel Castanho, investigador principal do IMM, disse que estão “melhor preparados” do que estavam antes.
“Antes estávamos praticamente esquecidos das pandemias. Neste momento, para o cidadão comum é quase como se não tivesse existido, porque a nossa vida já retomou o ritmo e as preocupações anteriores à pandemia”, mas os investigadores continuam a trabalhar no entendimento do que se passou e “na preparação e prontidão para a próxima pandemia”.