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Boris Johnson critica China – Não cumprem obrigações em relação a Hong Kong

O primeiro-ministro britânico disse hoje que o 25º aniversário da entrega de Hong Kong à China é motivo de “celebração, não de tristeza”, mas criticou Pequim por “não cumprir” as suas obrigações para com a ex-colónia britânica.

A China “entusiasticamente comprometeu-se com o princípio “um país, dois sistemas”. Isso significava que, embora muitas coisas mudassem à superfície, as bases sobre as quais Hong Kong assenta permaneceriam practicamente intocadas”, disse Boris Johnson, um dia depois de se cumprirem 25 anos desde que a soberania do território foi transferida.

Isto perdurou durante um período, que permitiu à cidade continuar a “prosperar e florescer”, mas, neste 25º aniversário, “simplesmente não podemos omitir o facto de que, desde há algum tempo, Pequim renega as suas obrigações”.

Em 1997, a China assumiu o controlo de Hong Kong sob o princípio ‘um país, dois sistemas’, que permitiria manter os sistemas económico, político e judicial da cidade, distintos do sistema político que vigora na China continental, durante um período de 50 anos. Mas uma polémica lei de segurança nacional e outras medidas relativas ao executivo de Hong Kong aproximaram o sistema judicial e o político do território aos existentes na China continental.

A lei de segurança nacional, aprovada por Pequim em 2020, prevê penas de prisão perpétua para casos de secessão, terrorismo ou conluio com forças estrangeiras, entre outros. Desde então foram detidos, ao abrigo daquela lei, dezenas de activistas, políticos da oposição, jornalistas e académicos em Hong Kong, colocando um fim ao movimento pró-democracia que começou em 2019.

Líder talibã avisa o mundo – “Parem de se intrometer nos assuntos afegãos”

O líder supremo dos talibãs, Hibatullah Akhundzada, avisou hoje o mundo que deve parar de se intrometer nos assuntos afegãos e defendeu que a aplicação da lei islâmica é a chave do sucesso do país. Akhundzada, que vive habitualmente na cidade meridional de Kandahar, o seu centro espiritual, falou em Cabul num encontro de três dias de mais de 3.000 clérigos e chefes tribais convocado pelo regime para consolidar o seu poder.

“Dizem-nos: ‘Porque não fazes isto, porque não fazes aquilo?’ Porque é que o mundo se imiscui nos nossos assuntos? Não aceitaremos directivas de ninguém no mundo. Só nos curvaremos a Alá Todo-Poderoso”, disse Akhundzada, citado pela agência francesa AFP. O discurso, que durou uma hora, foi transmitido pela rádio estatal, mas o acesso da imprensa não foi autorizado. Akhundzada disse que o sucesso do regime dependerá da sua capacidade de romper com a “corrupção, egoísmo, tirania, nacionalismo e nepotismo” que, segundo referiu, caracterizou os governos das duas últimas décadas, após o anterior domínio dos talibãs (1996-2001).

Para o conseguir, “chegou o momento de aplicar a Sharia”, defendeu, referindo-se à lei islâmica que os fundamentalistas consideram que determina os actos humanos permitidos e os proibidos. “Se houver a Sharia, teremos segurança, liberdade, um sistema islâmico e tudo o que precisamos”, afirmou