BRIDGEPORT | AUTORIDADES RECONHECEM BRAVURA DE POLÍCIA LUSO-AMERICANO

A cerimónia de homenagem ao agente luso-americano na sala nobre do ‘City Hall’ de Bridgeport, CT
FOTO: Jornal LUSO-AMERICANO
Carlos Carmo Jr. com as distinções recebidas e a vereadora luso-americana Maria Pereira
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O agente policial com a esposa Ashley, à esquerda., o pai Carlos Carmo, à dir., a irmã Stephanie Gabriel, o cunhado Vítor Gabriel e a sobrinha
FOTO: Jornal LUSO-AMERICANO
  • Por HENRIQUE MANO / Jornal LUSO-AMERICANO

Não lhe chamem herói. “Sou apenas um agente que sentiu a obrigação de cumprir aquilo que é o seu dever: proteger o público”, afirma Carlos Carmo Jr., 41, em entrevista 2.ª feira ao jornal LUSO-AMERICANO.

Mas a façanha deste luso-americano com raízes em Faiões-Chaves (Vila Real), que preencheu tempo de antena no programa ‘Inside Edition’, da rede de TV CBS, nos espaços informativos dos canais ABC e FOX, entre outros, e esteve em praticamente todos os diários do estado de Connecticut, indicam que o agente da lei e da ordem não é nada menos que um super-polícia.

❝SOU APENAS UM AGENTE QUE SENTIU A OBRIGAÇÃO DE CUMPRIR AQUILO QUE É O SEU DEVER: PROTEGER O PÚBLICO❞

➫Carlos Carmo, Jr.

agente da Polícia de Bridgeport

Tudo fazia prever que o dia 16 de Dezembro de 2019 seria apenas mais uma jornada de trabalho para Carlos Carmo Jr., um agente da Polícia de Bridgeport afecto ao Harding High School. Até que, em plena Boston Avenue, por volta das 2:30 da tarde, com dezenas de alunos a circular, o luso-descendente depara com um veículo SUV preto em andamento sem condutor e dois passageiros idosos no interior.

“Corri de imediato em direcção ao veículo, abri a porta do lado do passageiro, à frente, e ainda fui arrastado alguns metros até conseguir entrar no carro em movimento e finalmente pará-lo”, conta Carlos Carmo Jr.

O agente de Bridgeport diz ter reagido por instinto “e pelo dever cívico. Fi-lo pela segurança dos alunos que ali estavam e pelo bem da comunidade que sirvo, onde nasci e cresci”.

Carlos Carmo Jr. considera “esmagadora” a atenção de que tem sido alvo. “Não faço as coisas para ser notícia”, refere. “Fui educado pelos meus pais a ser um bom cidadão e gosto de ajudar as pessoas. Mas também reconheço que é gratificante ver reconhecido aquele meu gesto.”

❝FUI EDUCADO PELOS MEUS PAIS A SER UM BOM CIDADÃO E GOSTO DE AJUDAR AS PESSOAS❞

➫Carlos Carmo, Jr.

agente da Polícia de Bridgeport

Esta 2.ª feira, o conselho municipal de Bridgeport, por unanimidade, juntou-se ao presidente da câmara, Joseph Ganim, e prestou homenagem a Carmo, fazendo-lhe um louvor púbico na sala principal do ‘City Hall’, onde recebeu uma ‘Citation’ das mãos da vereadora Aidee Nieves, presidente do Conselho Municipal, e outro do gabinete do ‘mayor’, das mãos do próprio.

“Estou muito orgulhoso do meu filho, mas conhecendo-o como o conheço, não me surpreende que o tenha feito”, afirma o pai do polícia, Carlos Carmo, em declarações ao jornal LUSO-AMERICANO.

Carlos Carmo Jr. é filho dos imigrantes Carlos e Aldina Borges Carmo, naturais de Faiões-Chaves (Vila Real), que trocaram Trás-os-Montes por Connecticut. O polícia tem dois irmãos e está casado, fazendo ainda parte da família o tenente-coronel do exército na reforma Mário Carmo.

Embora tenha sempre pensado numa carreira na polícia, Carlos apenas aos 36 anos – depois de mais de uma década na restauração – se juntou à Polícia de Bridgeport, depois de treino na sua academia. “Foi um bocado por influência de familiares e amigos que fiz o teste de admissão à polícia”, conta, lembrando ter dois primos no mesmo departamento.

O seu objectivo é um dia chegar a detective.

Carlos Carmo Jr. teve uma infância tipicamente luso-americana em Bridgeport; já adulto, foi duas vezes a Portugal e diz entender melhor do que fala a língua de Camões.

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