CANCRO COLORRECTAL: Especialistas querem rastreio aos 45 anos
A Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG) quer antecipar cinco anos, para os 45, a idade recomendada de rastreio do cancro colorrectal, porque em 10 anos se registou uma duplicação de casos em pessoas com menos de 50 anos.
O apelo do presidente da SPG, Pedro Narra Figueiredo, em declarações à Lusa, surge no mês em que se assinada a Luta Contra o Cancro do Intestino, e centra-se no facto de este cancro ser “facilmente prevenível” e com rastreio – através de colonoscopia. Este exame consegue “detectar uma pequena lesão e curar as pessoas”.
O cancro digestivo, no seu global, constitui cerca de um quarto de todos os cancros e é responsável por 35% das mortes, mas dentro deste, o cancro colorrectal (do intestino) tem um peso muito importante, segundo dados da SPG.
“Em Portugal são 7.000 novos casos por ano e é o segundo cancro mais frequente nas mulheres, logo a seguir ao cancro da mama”, afirmou o presidente, considerando o cancro do cólon e do recto (cancro do intestino no global) o segundo cancro mais frequente no homem, logo a seguir ao da próstata.
“Sob todos os pontos de vista, quer no homem quer na mulher, é de facto um tumor muito frequente e com uma taxa de mortalidade de 50%. Metade dos doentes vêm a morrer com cancro do intestino”, alertou o especialista em gastrenterologia.
Acresce a isto o aspecto “muito relevante”, assegurou o especialista, de estar claramente a aumentar o número de doentes mais jovens, entre os 45 e os 50 anos, com cancro do intestino.