CANTOR ANTHONY MORAIS TEM A AGENDA CHEIA E UM NOVO TRABALHO DISCOGRÁFICO PARA PROMOVER
Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO
Quando, a 4 de Setembro próximo, Anthony Morais subir ao palco das Grandes Festas de Nossa Senhora de Fátima, em Ludlow, MA, para cantar perante milhares de pessoas, escrever-se-á um novo capítulo da história deste artista luso-americano do estado de Nova Iorque. Apesar de já ter feito a primeira parte de um espectáculo de Tony Carreira nos EUA, preencher parangonas no cartaz de um dos maiores eventos da comunidade portuguesa, é obra para quem aos 6 anos começou a tocar acordeão.
“Como vou enfrentar a multidão em Ludlow? Quanto mais gente estiver, melhor”, diz o intérprete, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO. “É isso que nos dá energia, a nós artistas, para a criação de um espectáculo perfeito.”
Aos 31 anos, feitos a 31 de Julho, Anthony Morais vive um momento particularmente dinâmico numa carreira que ainda não tem uma década: está com a agenda cheia e um novo trabalho discográfico para promover. ‘Não olhes para mim assim’ saiu em Novembro passado, sob a chancela da Magik Studios de New Bedford, MA; é o primeiro disco de originais do cantor, que contou com a colaboração de vários compositores e letristas da praça comunitária.
“Se no primeiro álbum me dediquei a temas de outros, neste canto originais escritos por mim ou para mim”, diz Morais. “Faço um dueto com um rapper da Nova Inglaterra, Phat Rob, e uma desgarrada com David de Melo, para além de um tributo ao Jorge Neto.”
O disco vai ainda permitir a Anthony Morais poder concorrer em 2022 aos International Portuguese Music Awards, o que pretende fazer.
Anthony Morais nasceu em Nova Iorque, filho de José e Clementina Morais, emigrantes transmontanos de Vila Pouca de Aguiar em Long Island. “Vivi sempre em Mineola, onde tive uma infância tipicamente portuguesa”, diz. “Frequentei a Escola ‘Júlio Dinis’, ia às festas dos clubes portugueses com os meus pais e passava longas temporadas de verão em Portugal.”
Por influência do pai, aos 6 anos começa a tocar acordeão. Por volta dos 14 “interessei-me mais pela concertina e aprendi a tocar por conta própria.” Aprendeu tão bem, que anos depois se tornara mesmo instrutor de concertina – “cheguei a ter 40 alunos”, conta.
Depois de se formar em contabilidade e gestão de empresas pelo Malloy College, e de começar a sério na música como intérprete, deixa as aulas de concertina e entrega-se mais a fundo à música. “Quando era pequeno acordava a cantar e tinha mesmo uma avó que dizia nunca ter visto um garoto que acordava todos os dias a cantar”, afirma Anthony Morais. “Um tio meu que tinha um conjunto em Portugal certa vez convida-me a subir ao palco numa festa de aldeia e desde então que tinha a certeza de que era isto que queria fazer.”
Está no conjunto ‘Sem Dúvida’ quando John Bolarinho, em 2015, o “descobre e se torna meu empresário, levando-me a praticamente todas as comunidades portuguesas da Costa Leste.”
O cantor reconhece que nunca lhe passara pela imaginação a trajectória musical que o trouxe até aqui, fazendo questão de agradecer a todos aqueles que contribuíram para o êxito da sua carreira. “A humildade é a coisa mais importante num artista e eu procuro sempre continuar a tê-la”, refere. “Procuro continuar sempre a ser a pessoa que fui e considero a humildade uma virtude.”
🎸4 DE SETEMBRO: LUDLOW
🎸11 DE SETEMBRO: NEW JERSEY
🎸9 DE OUTUBRO: FARMINGVILLE
Apesar de a COVID-19 ter impedido uma promoção mais tradicional do seu disco (que está disponível em plataformas online como iTunes e Spotify e à venda os seus espectáculos), Anthony Morais já prepara novas surpresas – nomeadamente a gravação de uma desgarrada com o veterano Jorge Ferreira, para o próximo álbum.