CHEGA À ESPERA DOS VOTOS DA EMIGRAÇÃO: AD de Luís Montenegro reforça votação

A AD venceu as legislativas de domingo com uma “maioria maior” do que a alcançada em 2024 numa noite eleitoral marcada pela estrondosa derrota do PS, que provocou a demissão do seu secretário-geral, Pedro Nuno Santos.

O líder socialista anunciou a convocação de eleições internas, nas quais não será candidato, numa altura em que o PS corre o risco de perder para o Chega o estatuto de maior partido da oposição.

Com os quatro mandatos dos círculos da emigração ainda por atribuir, o PS fechou a noite eleitoral com um maior número de votos do que o Chega, mas ambos com 58 deputados eleitos. 

Se os resultados de 2024 dos círculos da Europa e Fora da Europa se repetirem, o Chega ultrapassará o PS como segundo maior grupo parlamentar da Assembleia da República, a seguir ao do PSD. 

Em 2024, dos quatro mandatos em disputa, dois foram para o Chega, um para a AD e outro para o PS,

A AD (coligação do PSD com o CDS) alcançou pelo menos 89 mandatos, os quais somados aos 58 do Chega e aos nove da Iniciativa Liberal perfazem dois terços dos deputados à Assembleia da República que permitem aprovar leis de valor acrescentados, como por exemplo uma revisão da Constituição sem necessitar de acordos com a esquerda parlamentar.

Com 23,4% dos votos e 58 deputados, o PS de Pedro Nuno Santos registou o seu terceiro pior resultado de sempre, a seguir aos 20,8% e 57 deputados em 1985 e aos 22,2% e 60 deputados de 1987, numa altura em que o parlamento contava com 250 mandatos.

Pedro Nuno Santos assumiu as responsabilidades e disse que deixará de ser secretário-geral “no momento em que puder”, afirmando não querer ser “um estorvo ao partido nas decisões que pretender tomar”.

Os grandes vencedores da noite foram a AD de Luís Montenegro, que alcançou 32,7 por cento e 89 deputados, reforçando em quase cinco pontos percentuais o resultado alcançado em 2024 (28,8 e 80 deputados) e o Chega de André Ventura.