COM NOVA IORQUE NA MIRA, MICHAEL CASALINHO ABRE ESTE MÊS MAIS DOIS RESTAURANTES EM JERSEY CITY
Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO
O chefe de cozinha e empresário luso-americano Michael Casalinho, de 36 anos de idade, vai ao longo deste mês de Dezembro abrir dois novos estabelecimentos – aumentando para três o número de restaurantes que terá sob sua alçada. Ao popular ‘Broa’, que mantém desde Dezembro de 2014, Casalinho vai acrescentar um segundo espaço português de restauração, o ‘Eira’, na Newark Street (que espera estar pronto dia 23), e ainda o primeiro restaurante brasileiro em Jersey City, ‘Tamborim’ – na Grove, a abrir dia 8.
“Quando os três estiverem a funcionar em pleno, deveremos ter criado 60 postos de trabalho”, afirma Michael Casalinho, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO. “As minhas duas grandes paixões são os restaurantes e Portugal, as minhas origens lusas”.
Ao abrir o ‘Broa’, projecto que esteve mais de dois anos na gaveta por força do furacão Sandy, Michael Casalinho iria pôr a gastronomia portuguesa no mapa de Jersey City, uma das mais vibrantes cidades do ‘Estado Jardim’, à sombra da magnitude de Manhattan – logo ali, na outra margem do Hudson. Agora, com o ‘Eira’, diz querer criar “uma espécie de café bistro português onde vou apostar na fórmula do Portugal tradicional com toques de modernidade”.
❝COZINHAR, PARA MIM, É QUASE TERAPÊUTICO, NEM SEI EXPLICAR O QUE SINTO QUANDO ESTOU À FRENTE DE UM FOGÃO❞
➔Michael Casalinho
chefe de cozinha e empresário
O chefe e empresário de restauração nasceu em Newark, NJ, filho de imigrantes de Leiria; frequentou a escola ‘Luís de Camões’ do Sport Club Português no Ironbound e graduou de um liceu católico em Jersey City. “Desde então que me dediquei a um sem fim de actividades”, conta. “Trabalhei na serralharia do meu pai, fiz marketing para o BCP e, antes de tudo isso, limpei mesas em restaurantes”.
Apesar de ter passado pelo Culinary Institute of Education, em Nova Iorque, assume-se um autodidacta na cozinha: “Aprendemos sobretudo com a experiência”, nota. “Não sei explicar como a minha inclinação para a culinária começou; em miúdo, em casa, quando tinha fome, não pedia ajuda a ninguém – desenrascava-me, ia à cozinha, punha uma panela com água ao lume, fazia massa e toca a andar. Fui sempre assim”.
Com o tempo, foi-se aperfeiçoando. Juntou a técnica ao talento. “Cozinhar, para mim, é quase terapêutico, nem sei explicar o que sinto quando estou à frente de um fogão”.
O ‘Tamboril’ é o seu primeiro projecto a dois; mergulhou de cabeça na sociedade, pronto a trazer os vários sabores do Brasil e suas inúmeras regiões até Jersey City. À equipa acrescentou o sommelier português Bruno Almeida, “que acumula muita formação em vinhos”.
❝ÀS VEZES PERGUNTAM-ME SE SOU LOUCO POR ESTAR A ABRIR RESTAURANTES EM PLENA PANDEMIA❞
➔Michael Casalinho
chefe de cozinha e empresário
Michael Casalinho diz não importar-se em estar em contra-ciclo: “Às vezes perguntam-em se sou louco por estar a abrir restaurantes em plena pandemia. Sempre fui uma pessoa optimista e gosto de arriscar – tenho muita energia para isso. Se cair, tenho imenso tempo para me levantar e recomeçar de novo. Acredito mesmo que de grandes desgraças nascem sempre oportunidades, temos é de saber agarrá-las”.
Casalinho também não perde a esperança de atravessar o Hudson e abrir em pleno Manhattan um restaurante à semelhança do ‘Broa’, onde possa promover o Portugal que teima em trazer no lado esquerdo do peito.