“Com os juros como estão, baixos, esta é a altura de vender”

A compra e venda de propriedades, mantém em Newark, a matriz de outros tempos. Comprar, modernizar, viver e um dia mais tarde…vender.

Só que o tempo é outro. Quem chega de Portugal já encontra um outro tipo de mercado. Mais caro e com menor produto. Os filhos casam mudam de cidade para um patamar superior e a geração anterior só tem dois caminhos, se decidir manter-se por cá. O sul da América ou Portugal.

“Quem tem propriedade própria, esta é a altura de vender, diz o proprietário da Lucky Exit Realty, Luís Nogueira ao Luso Americano. “O mercado atingiu o pico. Com a pandemia veio muita gente de fora que paga o que for preciso para continuar a trabalhar de casa, num ambiente mais calmo do que Nova Iorque ou mesmo Hoboken e mais em conta.”

A empresa de Luís Nogueira está no mercado da compra e venda de imobiliária há cerca de 30 anos e a experiência também conta.

“Actualmente os mercados de Newark, Elizabeth e Kearny estão a um nível de interesse e de valor muito idênticos. Ainda há casas para vender nesta cidades, e mais. Também se procura habitação em bairros fora do Ironbound.

“Há quem queira pagar menos e não se importar de ir para o Bairro Sul ou mesmo o Norte, que está ao nível do Bairro leste. É uma questão de opção.” afirma Luís Nogueira.

“Se hoje se pensa que uma casa de 500 mil dólares é cara, é importante ter em conta que dentro de 10 anos esse valor será superior se decidir vender. Este é um sector que nunca desvaloriza. Sobe sempre e esta é uma oportunidade única quando se prevê um aumento substancial dos impostos”.

Para Luís Nogueira, a experiência diz-lhe que  “um casal novo quando compra deve começar por três famílias. Depois adquirir outra de duas famílias e três ou quatro anos depois comprar outra de uma família, assim o rendimento das duas propriedades de duas e três famílias pagam a hipoteca da casa de uma família.  Vinte anos depois dessa casa estar paga’ o rendimento ajuda a pagar a universidade dos filhos”.

O bairro leste tem sido um grande exemplo do que uma comunidade pode fazer para manter a atracção e o interesse na propriedade. Depois dos polacos e dos italianos, os portugueses chegaram com vontade de ficar. Sobreviveram aos conflitos raciais dos anos 60 e tornaram as suas casas e ruas bonitas e bem mantidas.

A valorização tem sido constante no decorrer dos anos por ser ter mantido uma tradição toponímica consistente e cada vez mais moderna. Chegaram a chamar ao Ironbound de “Portuguese Quarter”, tal o orgulho de muita gente que, durante décadas se dedicou ao bairro e à sua existência diferenciada dos outros bairros. Veio o IBID e a mudança para melhor continuou. Hoje em dia, a Ferry Street é a artéria mais importante do Ironbound, conhecida pelo comércio e sobretudo restaurantes que muitos americanos visitam.

“É possível repetir o que o Ironbound conseguiu, se, noutras áreas de Elizabeth, Kearny ou Union, os portugueses lutem pela qualidade de vida e rentabilizem o que conquistarem nos próximos anos.

“Aposte na venda porque os tempos que aí vêm dizem bem que a oportunidade é agora,” conclui Luís Nogueira.

Para o empresário do sector de bens raízes este é mesmo um tempo especial, pois a oferta é pouca e a procura é muita e com os juros como estão esta é mesmo a altura de vender e realizar um bom encaixe.