Confinamento reduziu confiança e esperança de negócios em dias melhores. Confusão e descrédito foram sentimentos generalizados.
O confinamento pedido por Ras Baraka entre os dias 25 de Novembro e 4 de Dezembro na cidade de Newark abalou os empresários e comerciantes da cidade.
O pedido, que começou por ser obrigatório e que acabou por ser isso mesmo um pedido, foi não só mal interpretado por residentes e comerciantes, mas acima de tudo, como retaliação. Essa situação foi ainda mais agravada, quando se tornou pública uma nova rodada de ajudas para pequenas e médias empresas que vai, segundo palavras do mayor e do seu staff excluir os negócios que desafiaram essa ordem e abriram, mesmo que o mesmo não esteja escrito na ordem enviada aos meios de comunicação social.
Ariell Besada é o proprietário do Vivo, um dos locais que desafiou essa ordem, “abrimos as portas porque essa ordem não tem fundamento legal, seguimos a ordem do governador e se tivéssemos uma ordem por escrito da cidade iríamos cumprir, mas tudo foi muito mal comunicado, o Task Force esteve aqui e respeito esses agentes, pois até eles estavam confusos”, referindo de seguida, “o problema aqui é que nós sabemos entendemos a situação, mas encerrar as nossas portas e permitir que os nossos clientes, que vivem no bairro se desloquem para outras cidades e aí continuem a frequentar estabelecimentos é errado, pois vão contrair o vírus, fazer o teste aqui e aumentar o número de casos aqui e ainda por cima penalizar-nos. Tudo o que queremos é uma ordem geral de modo a que todos possamos seguir uma regra e com mais informação todos encontrarmos uma solução, nós não queremos desafiar o mayor, queremos trabalhar com ele e ter as mesmas oportunidades de outros negócios, mesmo na cidade, e principalmente fora dela, onde muitos estão a fazer mais dinheiro do que nunca”.
A preocupação tem a ver também com os empregados. Ricardo Fonseca do Blitz refere, “empregamos residentes de Newark, pessoas que estão a passar dificuldades e todos nós estamos afectados, temos que pensar nesses residentes, e tomar medidas consentâneas para podermos lutar contra esta situação, agora fechar as nossas portas e permitir que os nossos clientes vão a outros lados e depois regressem aqui e façam o teste aqui, pois residem aqui é complicado, já que isso prejudica este bairro conhecido pela sua gastronomia, pelas suas gentes que atraiam outras pessoas que agora não regressam, pois o bairro está catalogado como zona perigosa”.
Esta situação tornou-se ainda mais problemática porque, muitos comerciantes sentiram-se perseguidos, com alguns estabelecimentos a serem encerrados por falta de documentação, nalguns casos, que foi paga por estabelecimentos, mas que a cidade nunca enviou. Um dos comerciantes que pediu anonimato, temendo ainda mais represálias referiu, “encerraram o meu estabelecimento devido a uma licença de lixo, que tinha tirado em parceria com o comércio vizinho como foi instruído pela cidade. Paguei o custo, estou aberto à décadas e agora encerraram as minhas portas para justificar o injustificável”.
Newark precisa de mais credibilidade, agora vamos esperar pela lista de negócios que vão receber incentivos para entender ainda mais esta situação.