CONHEÇA A NOVA EMBAIXADORA DOS ESTADOS UNIDOS EM PORTUGAL

Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO

O presidente norte-americano Joe Biden nomeou Randi Charno Levine para o cargo de embaixador dos Estados Unidos em Lisboa. A nomeação avançou já para o comité de Relações Exteriores do senado, onde carece de aprovação.

É a segunda mulher a preencher o alto posto diplomático em Portugal – cerca de 25 anos depois de Elizabeth Frawley Bagley, nomeada pelo presidente Bill Clinton, ter quebrado um jejum de 230 anos (os EUA colocaram o su 1.º representante diplomático na capital lusa em 1791).

O cargo de embaixador dos EUA em Portugal está vago desde 20 de Janeiro de 2021; o seu último ocupante, o empresário George Edward Glass, foi uma das nomeações políticas feitas pelo ex-presidente Donald Trump. Glass apresentou cartas credenciais ao presidente Marcelo Rebelo de Sousa a 30 de Agosto de 2017.

A agora embaixadora Randi Charno Levine é uma socialite que se movimenta entre Manhattan, onde tem residência, Washington, DC, onde mantém ligações de alto nível, sobretudo nos círculos democratas, e Paradise Valley, em Arizona, para passar os invernos. Está casada com Jeff Levine, que actua no mundo da construção civil (é presidente e fundador da Douglaston Deelopment e proprietário da ‘Levine Builders’ e da ‘Clinton Management’, ambas com sede em Douglaston, Queens).

O casal, que tem três filhos – Ben, Jessica e Dara, são igualmente figuras de proa na comunidade judaica norte-americana (o marido da embaixadora foi mesmo presidente do Jewish National Fund). Randi tem ainda ligações e família a Long Island, NY; o pai, Edmund Charno, que faleceu em 1997, e a mãe, Wendy, viveram em Jericho.

Formada em jornalismo pela University of Missouri, Randi Charno Levine chegou a exercer a carreira a título de ‘freelancer’. É figura activa no mundo das artes e, para além de filantropia, também tem uma obra infantil publicada em livro (em 2020). Tem ainda o cargo de comissária e membro do comité executivo para projectos especiais junto da Smithsonian National Portrait Gallery, em Washington, DC – para além de ‘trustee’ do New Museum de Nova Iorque.

A embaixadora pertence ainda ao conselho de gerência do ‘Comprehensive Epilepsy Center’ do New York University Hospital.

O 1.º REPRESENTANTE DIPLOMÁTICO AMERICANO EM LISBOA ERA NATURAL DE CONNECTICUT

David Humphreys desempenhou o cargo de 13 de Maio de 1791, data em que apresenta credenciais à corte portuguesa, até 25 de Julho de 1797.

Nasceu a 10 de Julho de 1752 naquilo que é hoje Derby, no estado de Connecticut, e viria a morrer a 21 de Fevereiro de 1818 em New Haven, CT, aos 65 anos. Assumiu o papel de ajudante de campo de George Washington durante a guerra, passando mais tarde a secretário de Benjamin Franklin em Paris e ainda a deputado estadual em Connecticut. Também poeta, fez parte do movimento ‘Hartford Wits’ e atribui-se-lhe mesmo o primeiro soneto de que há registo escrito na América, assim que a Independência foi declarada.

O segundo representante diplomático americano em Portugal foi outra ilustre figura histórica – John Quincy Adams (o 6.º presidente dos Estados Unidos e filho de John Adams, o 2.º presidente). Nomeado a 30 de Maio de 1796.

Só em 1944, em plena 2.ª Guerra Mundial, o cargo de representante diplomático sobe a Embaixador – com Raymond Henry Norweb a tornar-se no primeiro a ocupar o cargo.

O mais conhecido embaixador norte-americano, contudo, é mesmo Frank C. Carlucci, que desempenhou as funções de 24 de Janeiro de 1975 a 5 de Fevereiro de 1978, durante um conturbado período histórico político português.

Foi o democrata Bill Clinton quem nomeou a primeira mulher para o cargo de embaixadora em Portugal, mandando para Lisboa a advogada Elizabeth Frawley Bagley, que esteve em funções de 1994 a 1997.