CONSIDERADO O MAIOR PORTO DE ESCRAVOS DA AMÉRICA DO SÉCULO 19: Exigências da Unesco para o Cais do Valongo ainda não foram cumpridas

Previstas para terem sido atendidas até 2019, as exigências da Unesco em relação à conservação, manutenção e gestão do Sítio Arqueológico do Cais do Valongo, na região do Porto, Rio de Janeiro (RJ), ainda não foram cumpridas. Considerado patrimônio da humanidade pelo órgão em 2017, o local é o único vestígio material da chegada de negros escravizados à América. Entre 1811 e 1831, estima-se que tenham desembarcado na região cerca de um milhão de pessoas provenientes, em sua maioria, do Congo e de Angola. Com a mudança no governo federal, a expectativa é de que as determinações sejam, enfim, atendidas.

“O sítio arqueológico não está em risco iminente, mas como é um espaço aberto, e está abaixo do nível do mar, sofre com as intempéries, como alagamentos, o que provoca o deslocamento de pedras e pode descaracterizar o local. Nos últimos anos, o Estado brasileiro virou as costas para o espaço. Agora, esperamos avançar com as obrigações da Unesco”, afirma o procurador da República Sergio Suiama.