Consórcio luso-canadiano” desenvolve terapia inovadora para eliminar o coronavírus em poucos segundos

Um consórcio formado pela Universidade de Coimbra, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e duas empresas, uma portuguesa e outra canadiana, quer desenvolver uma terapia inovadora para eliminar “em poucos segundos” o vírus que provoca a covid-19.

Denominado FOTOVID, o projecto pretende eliminar o vírus SARS-CoV-2, responsável pela doença de covid-19, “logo na principal ‘porta de entrada’ no organismo, isto é, nas fossas nasais, usando a terapia fotodinâmica”, afirma a Universidade de Coimbra (UC).

O FOTOVID assenta no “conhecimento recente de que o SARS-CoV-2 se associa a uma proteína preferencialmente presente nas cavidades nasais, onde se cria um reservatório de vírus responsável pela transmissão da doença e generalização da infecção”, referem os responsáveis do consórcio.

A investigação será, assim, “muito mais rápida e, em caso de sucesso, a colocação no mercado será mais fácil e a custo reduzido”, destaca a UC.

“Esta é a inovação do projeto, pois a tecnologia nunca foi aplicada na inactivação de vírus”, sublinha, citado pela UC, Luís Arnaut, um dos cientistas envolvidos na investigação.

Os primeiros testes terão início este mês de Outubro na Faculdade de Medicina da UC, com amostras de vírus de doentes infectados por covid-19, fornecidas pelo CHUC.

Posteriormente, quando for comprovada a eficácia da inactivação fotodinâmica do vírus, seguir-se-ão os ensaios clínicos (que serão coordenados pelos especialistas Manuel Santos Rosa e José Saraiva da Cunha) com doentes voluntários, previsivelmente no próximo ano.

Os responsáveis do projecto defendem que esta tecnologia tem como objectivo ser a primeira opção terapêutica, eliminando o vírus numa fase muito inicial e impedindo, deste modo, a evolução da doença para fases mais graves.

Esta é uma alternativa terapêutica, que consiste em atacar directamente a porta de entrada do vírus no organismo, para reduzir a carga viral no sítio onde ela é mais crítica, sintetiza Luís Arnaut.

A tecnologia “é para ser aplicada numa fase inicial de tratamento, para evitar complicações posteriores, em ambulatório”, concluiu.

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