CORONAVÍRUS: Casos aumentam mas mortalidade está a diminuir
A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou esta semana que o número de novos casos diários de infecção com o novo coronavírus na Europa é superior aos primeiros meses da pandemia, mas o número de mortes por covid-19 é inferior.
Em conferência de imprensa a partir da sede regional da OMS Europa, o director regional, Hans Kluge, apontou que o número de novos casos diários actualmente é “duas a três vezes” superior ao que acontecia nos primeiros meses da pandemia, mas o número de mortes é “cinco vezes inferior”.
A explicação, adiantou, será o facto de “a transmissão se estar a dar em pessoas mais jovens e menos vulneráveis”, mas alertou que a situação “tem potencial para piorar drasticamente com o contacto social entre gerações em espaços interiores”.
Em dez dias, o número de casos confirmados de infecção na região “passou de seis milhões para sete milhões” e que a covid-19 é actualmente a “quinta causa de morte”.
Hans Kluge defendeu que “é altura de aumentar medidas restritivas” do contacto entre pessoas mais ligeiras, salientando que “a pandemia não inverterá o percurso por si”.
Eli Lilly suspende ensaio por razões de segurança
Entretanto, o grupo farmacêutico Eli Lilly, sedeado nos Estados Unidos, anunciou terça-feira, em comunicado, a suspensão de um ensaio clínico do seu tratamento experimental com anticorpos contra a covid-19, por razões de segurança não detalhadas.
“Sabemos que, por precaução, o comité independente de vigilância sanitária do ensaio ACTIV-3 recomendou uma pausa nos recrutamentos”, declarou um porta-voz à AFP, aludindo a um ensaio envolvendo doentes com a covid-19 hospitalizados.
“Lilly apoia a decisão do comité independente de garantir com prudência a segurança dos pacientes que participam no ensaio”, adiantou.
O tratamento é similar ao que Donald Trump recebeu pouco depois de ter manifestado sintomas da covid-19: são anticorpos de síntese injectados de forma intravenosa, fabricados especificamente para neutralizar o coronavirus responsável pela doença, substituindo de facto o sistema imunitário.
Trump recebeu anticorpos fabricados pela empresa norte-americana Regeneron, cuja eficácia elogiou depois de sair do hospital, prometendo autorizá-los para o conjunto dos doentes e distribuí-los gratuitamente.
As duas empresas solicitaram na semana passada à agência da alimentação e dos medicamentos do EUA (FDA, na sigla em Inglês) uma autorização para os seus tratamentos, com carácter de urgências, mas a FDA primeiro tem de verificar a sua segurança e a eventual existência de efeitos secundários graves.