COVID-19: Estado de New York com 777 mortos nas últimas 24 horas
(Notícia actualizada às 3:30 pm de 10.4.20)
O número de mortes no estado de New Jersey aumentou hoje, sexta-feira, para 1.932, mais 233 que nas últimas 24 horas.
Por sua vez, o número de infectados nos cuidados intensivos aumentou sete por cento, contrariando os números registados ontem e anteontem, que tinham registado uma descida.
O governador de New Jersey, Phil Murphy, revelou, no entanto, sinais de que o número de infectados tem vindo a baixar em alguns condados, mas recomendou aos residentes que continuem a manter as regras em vigor, nomeadamente a distância social, sobretudo neste período, em que se celebram o Passover e a Páscoa.
Até às 10 da noite de ontem, quinta-feira, o número de internados em estado crítico era de 1.679, 1.663 dos quais em ventiladores.
A boa notícia é que 682 infectados com o covid-19 receberam alta hospitalar nas últimas 24 horas, um número significativamente maior que nos últimos dias.
O estado de New Jersey, com nove milhões de residentes, continua a ser o segundo estado do país mais atingido pelo covid-19, depois de New York.
New York regista 777 mortes em 24 horas
O estado de New York registou, nas últimas 24 horas, 777 mortes de pessoas infetadas pela covid-19, menos 22 do que no dia anterior, de acordo com o governador, Andrew Cuomo.
O número anunciado hoje aumenta para 7.844 as mortes na região provocadas pelo novo coronavírus.
Andrew Cuomo diz que o que está a acontecer “não é fácil de aceitar” e adianta que grande parte das pessoas internadas, a necessitar de ventiladores durante as últimas semanas, não estão a sobreviver.
Nas últimas 24 horas, segundo o governador do estado de New York, entraram 4.908 infetados nos cuidados intensivos, enquanto no dia anterior esse número era de 4.925 pacientes.
Hoje, as autoridades confirmaram estarem a ser enterrados cadáveres numa vala comum na ilha de Hart, a noroeste da cidade, devido ao aumento significativo de mortes pelo novo coronavírus.
A zona era utilizada para sepultar corpos não reclamados nas morgues entre 30 a 60 dias, mas, devido à pandemia, e à necessidade de espaço para receber mais mortos, passaram a ser transferidos para a ilha de Hart cadáveres de infetados pela covid-19.
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“É provável que pessoas que tenham morrido [de coronavírus] sejam enterradas na ilha nos próximos dias”, admitiu Freddi Goldstein, assessor de imprensa do município de New York, declarações proferidas quando surgiram imagens de vários caixões depositados numa vala comum.
Este responsável explicou que, em circunstâncias normais, um corpo por identificar ou por reclamar pode ficar na morgue entre um a dois meses, mas acrescentou que a média de funerais na ilha de Hart é de 25 por semana, quando agora, desde se começaram a notar os efeitos letais da pandemia, são sepultados no local 25 pessoas por dia.
O governador de New York receia o perigo de uma segunda vaga da covid-19 e entende antes de os cidadãos poderem voltar normalmente ao trabalho, deverão ser realizados milhões de testes, para detetar a presença de anticorpos.
New York regista neste momento mais casos de infetados, 160 mil, do que qualquer país. Os Estados Unidos são o país mais afetado em número de casos, com 466.299 infetados e 16.686 mortos.
Portugal com 435 mortos e 15.472 infectados
Portugal registava hoje, sexta-feira, 435 mortos associados à covid-19, mais 26 do que ontem, e 15.472 infetados (mais 1.516).
O relatório da situação epidemiológica indica que a região Norte é a que regista o maior número de mortos (240), seguida da região Centro (107), da região de Lisboa e Vale do Tejo (78) e do Algarve, com oito mortos.
O boletim dá hoje conta de dois óbitos nos Açores.
Relativamente a ontem, em que se registavam 409 mortos, observou-se um aumento de 6,4% (mais 26).
De acordo com os dados disponibilizados pela DGS, há 15.472 casos confirmados, mais 1.516, o que representa um aumento de 10,9% face a quinta-feira.
Mais de 100 mil pessoas mortas
Mais de cem mil pessoas já morreram, a nível global, em consequência da doença covid-19, segundo um balanço divulgado hoje pela agência France Press.
De acordo com os dados recolhidos pela agência noticiosa junto de fontes oficiais, 100.661 pessoas morreram por causa do novo coronavírus, 70% (70.245) das quais na Europa.
Itália é o país com mais mortos contabilizados (18.849), seguindo-se os Estados Unidos (17.925), Espanha (15.843) e França (13.197).
Segundo a France Press, foram confirmados 1.650.651 casos de infecção em todo o mundo, sobretudo na Europa (857.233 casos) e nos Estados Unidos, com mais de 475 mil pessoas infetadas.
A AFP alerta, contudo, que o número de casos diagnosticados reflecte apenas uma fração do número real de infeções, já que um grande número de países está agora a testar apenas os casos que requerem atendimento hospitalar.
Mais de 100 vacinas em desenvolvimento
Um balanço divulgado ontem, quinta-feira, pela revista científica Nature contabiliza 115 vacinas candidatas contra a doença infecciosa respiratória covid-19, das quais 78 estão activas e cinco em fase de ensaios clínicos.
O balanço foi feito com base em dados recolhidos pela Coligação para a Inovação na Preparação contra Epidemias (CEPI, na sigla em inglês), criada em 2017 para incentivar e acelerar o desenvolvimento de vacinas contra doenças infecciosas emergentes e torná-las acessíveis às pessoas durante os surtos.
Algumas das possíveis vacinas que são elencadas no artigo da Nature têm financiamento desta coligação internacional, que reúne organizações públicas, privadas, filantrópicas e civis e tem sede em Oslo, na Noruega.
Das 115 vacinas candidatas, 37 não foram confirmadas como estando em situação ativa por falta de informação disponível.
Entre as 78 vacinas candidatas activas, 73 encontram-se em fase exploratória ou pré-clínica. As restantes cinco estão em ensaios clínicos, isto é, a ser testadas em pessoas.
A primeira vacina candidata contra a covid-19 começou a ser testada, com uma “rapidez sem precedentes”, em 16 de março, nos Estados Unidos, depois de ter sido publicada, em 11 de Janeiro, a sequência genética do coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença respiratória aguda.
A CEPI salienta que o “esforço global” na investigação e no desenvolvimento de uma vacina para a covid-19 não tem paralelo “em termos de escala e velocidade”.
© Luso-Americano/Agência Lusa/AFP/EFE