CPLP: Lula da Silva pede “frátria” unida na sustentabilidade e pacifismo mundial

O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é uma “frátria” que representa a unidade dos povos sob uma mesma língua e os mesmos valores pacifistas.

Falando no seu discurso durante a cimeira, o chefe de Estado brasileiro evocou a expressão “Mátria”, do músico Caetano Veloso, insistindo numa comunidade de povos irmãos.

“Eu quero frátria. Como é que a CPLP será a nossa frátria? Uma grande fraternidade unida pelo idioma e pela busca de soluções sustentáveis e pacifistas num tempo de grandes incertezas”, afirmou o chefe de Estado.

Lula tem defendido o fim imediato das hostilidades na Ucrânia e tem condenado os dois lados, um discurso que contraria a maioria dos países da CPLP, que apontam responsabilidades especiais à Rússia pela invasão.

“Frátria” foi também o nome escolhido pelo primeiro-ministro português, que discursou a seguir, para anunciar um projeto de intercâmbio de estudantes no espaço da CPLP.

São Tomé e Príncipe constitui o “ponto final do meu primeiro périplo africano” e é “muito oporuno retornar a este belo país para tratar de um assunto que nos une”, disse o chefe de Estado brasileiro, que esteve poucas horas na cimeira, tendo sido o último a chegar e o primeiro a partir, antes mesmo da leitura das conclusões do encontro, subordinado ao tema “Juventude e Sustentabilidade”.

Recordando os seus tempos de jovem, Lula da Silva salientou que, hoje, as coisas para a juventude “são muito mais complexas” e “as novas gerações vivem com a incerteza de um mercado de trabalho que se transforma”.

“As novas tecnologias são uma conquista extraordinária da inteligência humana, mas com elas o desemprego e a precarização alcançam novos patamares”, afirmou Lula da Silva, criticando as mudanças sociais.

“Os responsáveis das redes sociais com a propagação das ‘fake news’ e o discurso de ódio ameaçam a democracia” e, por outro lado, “o culto ao individualismo leva à descrença de muitos jovens na acção colectiva”.