CRISE POLÍTICA: Primeiro-ministro António Costa diz-se envergonhado e pede desculpa
O primeiro-ministro afirmou que o dinheiro encontrado em envelopes no escritório do seu ex-chefe de gabinete Vítor Escária lhe suscitou mágoa pela confiança traída, envergonhou-o e pediu desculpa aos portugueses.
Esta posição sobre o seu ex-chefe de gabinete foi transmitida por António Costa logo no início da sua comunicação ao país.
“Sem me querer substituir à justiça, em que confio e que respeito, não posso deixar de partilhar com os meus concidadãos que a apreensão de envelopes com dinheiro no gabinete de uma pessoa que escolhi para comigo trabalhar, mais do que me magoar pela confiança traída, envergonha-me perante aos portugueses e aos portugueses tenho o dever de pedir desculpa”, declarou.
Entretanto, todos os cinco arguidos detidos no processo ligado aos negócios do lítio, hidrogénio e Centro de Dados de Sines, que provocaram a queda do Governo, ficaram esta semana todos sujeitos a medidas de coação não privativas da liberdade, anunciou o Tribunal de Instrução Criminal, em Lisboa.
O arguido Diogo Lacerda Machado, advogado, consultor e amigo do primeiro-ministro, ficou sujeito a prestar uma caução de 150 mil euros no prazo de 15 dias e a não se ausentar para o estrangeiro, devendo entregar o respectivo passaporte à guarda do tribunal no prazo de 24 horas.
Vítor Escária ficou impedido de se ausentar para o estrangeiro, devendo entregar o respectivo passaporte à guarda do tribunal no prazo de 24 horas.
O presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas, e os administradores Rui Oliveira Neves e Afonso Salema, ambos da empresa Start Campus, ficaram submetidos a Termo de Identidade e Residência (TIR), a medida de coação menos gravosa.
Por último, a empresa Start Campus, que é arguida no processo, ficou de prestar caução no valor de 600 mil euros no prazo de 15 dias.
A crise política ficou ainda marcada pela demissão de João Galamba, agora ex-ministro das Infraestruturas, por considerar que é a única decisão possível para assegurar à família a tranquilidade e discrição a que têm direito.