Da saudação nazi às promessas. A tomada de posse de Donald Trump

O republicano tomou posse como o 47.º presidente norte-americano, numa cerimónia que decorreu na segunda-feira, em Washington D.C., que ficou marcada pela presença de políticos internacionais populistas e de extrema-direita. Foram várias as promessas feitas pelo magnata, que prometeu atacar a “elite corrupta e radical” do país, ao mesmo tempo que assegurou que “a idade de ouro da América começa agora”.

• Musk acusado de fazer saudação nazi: O bilionário que liderará o Departamento de Eficiência Governamental, foi acusado de fazer e repetir uma saudação semelhante à de Adolf Hitler durante o seu discurso, que se seguiu à tomada de posse. Entretanto, o mesmo, já veio a público negar tal acto, dizendo-se alvo de um “golpe sujo”.

• Trump presta juramento sem colocar a mão na Bíblia: Ao invés, Melania Trump segurava a Bíblia pessoal do marido, que lhe foi oferecida pela mãe, e a Bíblia que o presidente Abraham Lincoln usou para prestar juramento, em 1861. De qualquer modo, o magnata não deixou de agradecer a um poder divino, ao ter considerado que foi “salvo por Deus para tornar a América grande de novo”.

• Perdoados 1.500 atacantes do Capitólio: A decisão surgiu horas depois de cerca de 50 membros da organização ultra-nacionalista ‘Proud Boys’ terem marchado pelas ruas de Washington, exigindo o perdão dos seus membros presos.

• Assinada retirada da Organização Mundial de Saúde (OMS): Organismo que tinha criticado duramente pela forma como lidou com a pandemia. “A OMS defraudou-nos”, acusou, justificando a retirada com a diferença entre as contribuições financeiras dos EUA e da China para a organização. Sublinhe-se que esta saída poderá obrigar a OMS a uma grande reestruturação e prejudicar os esforços globais de saúde pública, incluindo a vigilância e a resposta a surtos.

• EUA fora do Acordo de Paris sobre o clima: prejudicando  assim os esforços mundiais para travar o aquecimento global. Trump prometeu ainda aumentar a produção de petróleo e eliminar os subsídios criados por Biden, para a compra de veículos eléctricos.

• Restituída pena de morte a nível federal: Ainda que Biden tenha comutado as sentenças de morte de todos os prisioneiros que se encontravam no corredor da morte, Trump restabeleceu-a. A ordem também obriga à aplicação da mesma em casos de assassinatos a agente da autoridade ou migrante sem documentos condenados por crimes elegíveis para essa punição.

• Canadá e México são os primeiros alvos da guerra comercial: O presidente confirmou a intenção de impor tarifas de 25% sobre os produtos do Canadá e México, a partir de 1 de Fevereiro, devido ao facto destes deixarem “muita gente (…) entrar [nos EUA], e muito fentanil também”.

• Controlo do Canal do Panamá e rebaptizar Golfo do México: Prometeu assumir o controlo do Canal do Panamá, rebaptizar o Golfo do México como “Golfo da América” e reforçar a tributação dos países estrangeiros, confirmando intenções já expressadas para o segundo mandato. No seu discurso de tomada de posse, sublinhou que o objectivo do acordo e o espírito do tratado em relação ao Canal do Panamá “foram totalmente violados”, prometendo as-sumir controlo da infraestrutura marítima vital para o comércio global.

• “Milhões e milhões” de imigrantes ilegais expulsos: “Primeiro, declararei o estado de emergência na nossa fronteira sul” com o México, acrescentando que enviará o Exército para patrulhar essa região. “Todas as entradas ilegais serão imediatamente bloqueadas e iniciaremos o processo de devolução de milhões e milhões de estrangeiros criminosos para onde vieram”, acrescentou. Entretanto, a nova Casa Branca já anunciou o fim do mecanismo CBP One –  da era Biden e que permitiu dar entrada legal a quase um milhão de imigrantes. Também emitiu ordens executivas para reformular as políticas de imigração, pondo fim ao acesso ao asilo e à cidadania por direito de nascimento.

• Trump reconhecerá apenas “dois géneros”: Assinou uma ordem executiva que obriga a sua administração a “reconhecer” apenas “dois géneros”, prometendo “acabar com a ilusão dos transgéneros”. Pretende abolir as ajudas federais aos programas de apoio à diversidade na administração.

• Revogadas sanções contra colonos israelitas na Cisjordânia: Revogou uma ordem executiva emitida por Biden, que punia os colonos israelitas acusados de violência contra os palestinianos na Cisjordânia ocupada.

• Putin pressionado a negociar acordo de paz com a Ucrânia: Convocou pela primeira vez Putin para encontrar um acordo de paz com a Ucrânia, sob pena de a Rússia caminhar para o desastre se se recusar a negociar e a selar um cessar-fogo com o presidente ucraniano, Zelensky.