DEBATES

por Luis Pires

Interessante o que se passou na semana antes das presidenciais com os debates na TV.

“André Ventura esteve normal, até parecia um autêntico Mário Soares na Primavera de 1983 a repetir o papel já típico da direita: Ventura tem demonstrado fragilidades, nomeadamente uma tendência do choque pelo choque sem valor acrescentado. Contudo, quando surge a oportunidade e lhe metem o alvo à frente, a seta espeta bem na mosca. A única recomendação que tenho, quer para a esquerda, quer para a direita, é para que não parem de gritar “fascismo” a cada oportunidade. Vivemos tempos interessantes. Claro, não vai dar em nada porque o nosso destino está há muito traçado, mas vai aquecendo os corações neste Inverno de prepotência que não leva ninguém a gritar “fascismo”.
Tenho o mais profundo respeito por todos os partidos. Da esquerda, direita, extrema direita, extrema esquerda, centro, centro direita, centro esquerda, ponta de lança, avançado centro, todos. Até o Vitalino com os seus exemplos de lavoura, mais as “touradas”. A Marisa Matias fez mais uma travessia no deserto, tal como o condidato to PCP agarrado a uma cassete que não está de acordo com a idade que tem ou que foi copiado do velho Cunhal ou do mais recente Jerónimo.
Marcelo esteve no seu melhor e daí a vitória folgada. Com ar sorridente devia ter pensado em todos os debates: “Vamos lá a ver o estes meninos aprenderam.” As questões de fundo não foram abordadas como é normal. Mas este não é defeito português. Toca a todos os candidatos. O sucesso é o populismo, as ofensas e o estudo que os candidatos fazem uns dos outros para se arranjarem armas de arremesso. Será que não aprendem?