DGS: Risco de sarampo em Portugal é muito baixo
A Direcção-geral da Saúde (DGS) considerou esta semana que o risco da propagação de sarampo em Portugal é “muito baixo”, após a região europeia da Organização Mundial de Saúde (OMS) ter registado um aumento alarmante de casos nos últimos meses.
Nas últimas semanas, o país contabilizou três casos de sarampo, dois dos quais importados.
Em declarações à agência Lusa, a coordenadora do programa nacional de vacinação da DGS, Teresa Fernandes, explicou que em Portugal o “risco é muito baixo”, porque a “generalidade da população” está imunizada e o país continua “com excelentes coberturas vacinais”.
“Estamos atentos e a prova disso é que estamos a detectar casos. O facto de haver estes alertas a nível internacional faz com que os nossos clínicos estejam mais alerta e a DGS e todas as entidades têm estado a alertar por vários meios sobre a doença. E, portanto, temos tido vários casos suspeitos, mas neste momento só se verificaram três”, salientou.
A responsável admitiu que é possível que surjam mais casos, mas sem causar alarme, lembrando que desde 2020 – quando foram detectados nove casos – não havia registos devido às medidas de contenção da pandemia da covid-19.
“É possível que surjam mais [casos] naturalmente, porque o risco é muito elevado [na região europeia da OMS], mas geralmente são casos importados”, disse, indicando que “Portugal é um dos países que tem o sarampo e rubéola eliminados”, porque tem “um dispositivo de saúde pública que verifica qualquer caso que apareça”.
De acordo com Teresa Fernandes, o país tem “um nível de vigilância bastante grande e de resposta de saúde pública”.
“Apesar do nível de alerta estar muito elevado, nós vamos detectando os casos, vamos investigando, vamos reagindo e para já não temos motivos para um grande alarme, mas pretendemos sensibilizar, quer os profissionais para detecção de casos (…), quer as famílias e as pessoas para se vacinarem”, afirmou.
Entre janeiro e outubro do ano passado, foram registados mais de 30 mil casos em 40 dos 53 países da região europeia da OMS, um aumento anual de 30%.
Em 2022, foram registados 941 casos.
Nesse período, segundo a OMS-Europa, registaram-se 20.918 hospitalizações por sarampo e cinco mortes em dois países.
À Lusa, Teresa Fernandes recordou, citando a OMS, que Portugal tem o sarampo erradicado desde 2012 e que a vacina VASPR (sarampo, papeira e rubéola) é recomendada às crianças com 12 meses, apesar de ser possível a vacinação em idade adulta.