🌎 EMPRESA LUSO-AMERICANA TEM A SEU CARGO DEMOLIÇÃO INTERIOR DOS 50 ANDARES DA BOLSA DE VALORES DE NOVA IORQUE

Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO | Nova Iorque

Uma empresa luso-americana com sede na grande Nova Iorque tem a seu cargo toda a demolição interior dos 50 andares do icónico edifício-sede da Bolsa de Valores NASDAQ, no número 4 em Times Square. A obra, que arrancou em Abril e em plena pandemia, deverá prolongar-se durante seis meses e coloca todos os dias vários empregados e camiões da Rite-Way Demolition no coração da ‘Capital do Mundo’.

“Neste momento, estamos envolvidos simultaneamente em doze obras de demolição nos cinco bairros de Nova Iorque”, afirma Leroy Barroca, de 51 anos, co-proprietário da empresa, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO.

Um dos camiões da firma luso-americana em frente ao edifício da NASDAQ em Times Square

A NASDAQ (National Association of Securities Dealers Automated Quotations, ou, em português, Associação Nacional de Corretores de Títulos de Cotações Automáticas) engloba um volume impressionante de 12,2 mil milhões de dólares em transacções, com mais de 2800 empresas listadas.

Criada em 1969, a Rite-Way Demolition tem hoje sede em Woodside, Queens, e emprega de 200 a 250 empregados. “Fazemos obras com orçamento entre os 6 mil e os 19 milhões de dólares”, revela Leroy Barroca, que se juntou à empresa em 1987 como funcionário quando ainda terminava o seu curso em gestão na St. John’s University (o que aconteceu em 1991). Há 15 anos, tornou-se co-proprietário, título que partilha com os ítalo-americanos Mike Tramutolo e John Tramutolo.

❝NO 11 DE SETEMBRO, AJUDÁMOS NA FASE INICIAL DE REMOÇÃO DE DESTROÇOS NO GROUND ZERO❞

➔Leroy Barroca, co-proprietário da Rite-Way Demolition

A empresa luso-americana é parte integrante da fibra que contribui para que Nova Iorque seja uma das maiores metrópoles do globo. A sua participação na dinâmica da cidade sucede não apenas nos seus momentos de glória, como naqueles em que os nova-iorquinos revelam resiliência. “No 11 de Setembro, por exemplo, ajudámos na fase inicial de remoção de destroços no Ground Zero”, lembra Leroy Barroca, que nasceu em Mineola, NY, na região de Long Island – onde hoje vive com a mulher e os filhos trigémeos.

De acordo com Barroca, para além da NASDAQ, a Rite-Way Demolition está ainda envolvida em obras no Richmond University Hospital (em Staten Island), Brooklyn Hospital, New York Brooklyn Methodist Hospital, a sede do diário ‘Newsday’ em Melville, NY, o St. John’s Cemetery em Middle Village (Queens) e o North Shore University Hospital, em Long Island.

O luso-americano Leroy Barroca, co-proprietário da Rite-Way, junto a um dos seus camiões na obra em Nova Iorque

A empresa, que chegou a ter presença na Flórida, especializa-se em demolições interiores e exteriores, remoção de lixo, elevadores e destroços causados por incêndios; remoção de pedra, fachadas e telhados, para além de também executar escavações.

❝NOS ÚLTIMOS ANOS, DESENVOLVEMOS UMA ÁREA MAIS LIGADA À PREOCUPAÇÃO AMBIENTAL, COM A GESTÃO, TRATAMENTO E RECICLAGEM DE RESÍDUOS❞

➔Leroy Barroca, co-proprietário da Rite-Way Demolition

“Nos últimos anos, desenvolvemos uma área mais ligada à preocupação ambiental, com a gestão, tratamento e reciclagem de resíduos”, diz Leroy Barroca.

O pai do empresário, Leroy Vidal Barroca, nasceu em Nova Iorque filho de um imigrante de Quintãs, Aveiro, Leroy do Bem Barroca, que veio para a América trabalhar nas docas da cidade. Numa ida de férias a Portugal, conheceria a futura esposa, Maria Isabel Coelho da Costa, natural também de Quintãs, e mãe do co-proprietário da Rite Way.

A empresa luso-americana é parte integrante da fibra que contribui para que Nova Iorque seja uma das maiores metrópoles do globo

O Barroca pai, falecido em 2009, deixou marca profunda na comunidade lusa de Mineola, tendo mesmo sido um dos fundadores da Escola ‘Júlio Dinis’, a par de Vicêncio Viegas e José Fernandes. “Eu próprio fiz os seis anos de escolaridade da ‘Júlio Dinis’”, acrescenta Leroy Barroca, que, apesar de já 2.ª geração luso-americana, insiste em falar português.

O empresário procura manter-se activo na vida associativa portuguesa, apesar da postura low-profile, contribuindo para várias causas de intervenção social.