Enfermeira de origem lusa em unidade neonatal de cuidados intensivos em hospital da Flórida
A luso-descendente Allie Amaral-Hoffman, de 24 anos, faz carreira de enfermagem num dos melhores hospitais da Flórida para atendimento a bebés e mulheres – o Winnie Palmer Hospital for Women & Babies [https://www.winniepalmerhospital.com]. Localizada em Orlando, o 4.o maior centro urbano da Flórida, a unidade hospitalar está em duas listas da revista “U.S. News & World Report” – na dos “Best Children’s Hospitals” na categoria “Neonatal e na “High Performing Hospitals”, no segmento “Maternidade”.
Com 285 camas, o WPHfWB é parte do grupo Orlando Health e funciona igualmente como hospital universitário, agregado à Faculdade de Medicina da Florida State University e ligado ainda ao Arnold Palmer Hospital for Children. Criado em 2004, agrega uma maternidade e todas as unidades e especializações ligadas aos cuidados neonatais.
Allie Amaral-Hoffman juntou-se aos quadros de enfermagem do hospital em Julho de 2021 e está afecta à unidade de nível 2 de cuidados intensivos na área neonatal.
A luso-americana nasceu em Ormond Beach mas cresceu na cidade de Palm Coast, na Flórida, neta paterna de Maria e António Amaral, emigrantes portugueses de Carregal do Sal e Válega, respectivamente – ambos no distrito de Aveiro. O pai, António Amaral, Jr., nasceu em New Jersey e a mãe é norte-americana.
Após ter terminado o Matanzas High School, em Palm Coast, Amaral-Hoffman obteve o seu mestrado em enfermagem pela Florida Atlantic University, em Boca Raton. “Desde o meu 1.º ano de liceu que tinha feito a escolha de carreira, depois de ter pensado em variadas hipóteses”, conta Allie Amaral- Hoffman, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO. “Optei pela enfermagem por ser uma carreira com a flexibilidade de poder ser exercida em qualquer parte do país, facilitando-me sempre ter um emprego. Depois de me ter decidido pela enfermagem, aí escolhi a especialidade neonatal”.
Três meses depois de ter obtido o seu canudo, em Abril de 2021, Allie Amaral-Hoffman arranjou (quase) de imediato o seu 1.º emprego, no mesmo Winnie Palmer Hospital For Women & Babies onde ainda se encontra.
Na unidade neonatal de cuidados intensivos, a enfermeira de origem portuguesa participa na equipa que dá cuidados de saúde a bebés prematuros “que nascem com 22 a 40 semanas de gestação”, conta. “Os bebés devem nascer com 37 a 40 semanas de gestação, mas, se vierem ao mundo prematuramente, podem enfrentar uma série de problemas médicos. Alguns bebés prematuros podem pesar 1 ou 2 pounds e têm muitas vezes de ser colocados numa encubadora para crescer antes de terem alta”.
Outros, nota, “precisam de assistência na área respiratória e de alimentação e podem mesmo ser entubados”.
Os que vão parar às encubadoras podem igualmente necessitar de controlo térmico para evitar gripes e constipações.
Apesar de, durante o período da pandemia, ter estado em fase de estudos, a situação médica global não a demoveu a seguir enfermagem… “Decidi seguir a minha formação na área dos cuidados de saúde porque é o que me motiva, ajudar o próximo”.
A ligação a Portugal vem de muito cedo, revela: “Aliás, estava com meses de vida e a aprender a andar quando fui a Portugal pela primeira vez. Até 2015, ía lá todos os anos, ou com os meus avós ou com o meu pai. Depois estive lá em 2019 e agora vou regressar este ano, já casada”.
O que mais a tem surpreendido, nestes dois anos de carreira, “é a resiliência com que estes bebés prematuros que tratamos lutam pela vida e vencem os obstáculos”.
A jovens em idade de escolha de carreira, deixa um conselho: “Descubram a vossa vocação ou aquilo que vos faz felizes e não permitem que alguém vos diga que não é possível realizarmos os nossos sonhos”.