Enfermeiros exigem que Governo cumpra com promessas

Quase meia centena de enfermeiros concentraram-se hoje junto à residência oficial do primeiro-ministro para exigir que o Governo “cumpra as promessas”.

“A promessa foi feita em Outubro do ano passado, foi reassumida no âmbito do programa eleitoral e da campanha eleitoral e, até ao momento, não há qualquer desenvolvimento”, lamentou o presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) em declarações aos jornalistas.

Em concreto, José Carlos Martins referia-se à contabilização dos pontos para efeitos de progressão na carreira e o que o sindicato reivindica é que o Ministério da Saúde emita orientações às instituições para informar os profissionais de todos os pontos.

Rui Marroni é um dos profissionais afectados por esse atraso. Enfermeiro há 36 anos, está desde Janeiro de 2019 a aguardar para passar para outro escalão remuneratório.

Manifestação dos enfermeiros

Já Nuno Lourinho não tem qualquer ponto contabilizado, por não estar vinculado à administração pública e ter antes um contracto individual de trabalho. Por isso, as desigualdades entre os dois tipos de vínculos foram o principal motivo para ter viajado do Porto até Lisboa para se juntar ao protesto.

“Dois vínculos para a mesma profissão, para profissionais que desempenham exactamente as mesmas funções, com as mesmas responsabilidades… É injusto e tem de ser eliminado”, defendeu.

“Foram publicados os postos de trabalho, mas não estão distribuídos. Exigimos a sua distribuição, com vista à abertura dos concursos, até por isso também é uma forma de estabilizar e garantir que enfermeiros permaneçam no Serviço Nacional de Saúde”, sustentou o presidente do sindicato.

No final da acção, o SEP entregou na residência oficial do primeiro-ministro uma moção, aprovada por unanimidade pelos enfermeiros presentes, em que reivindica esta e outras medidas, com vista à valorização dos enfermeiros.

“Se durante este mês não forem concretizadas estas orientações, no dia 07 de Abril estaremos junto ao novo ministro ou à nova ministra da saúde, de novo a exigir esta e outras campanhas”, disse o presidente do SEP.