ENTREVISTA | Francisco Pedro Balsemão reconhece que crescimento da SIC e do grupo Impresa “passa pela diáspora”
• Por HENRIQUE MANO | News Editor | Nova Iorque
O director-executivo do grupo Impresa, que detém, entre outros, o semanário ‘Expresso’, o canal de televisão SIC e a plataforma de streaming OPTO, em entrevista exclusiva ao jornal LUSO-AMERICANO em Nova Iorque, considerou “a diáspora um público alvo importantíssimo para nós”.
Francisco Pedro Balsemão falou ao nosso jornal à margem do evento em Manhattan onde foi apresentado o programa da primeira edição do Festival Tribeca Lisboa, do qual o seu grupo é parceiro, e que decorrerá na capital portuguesa nos dias 18 e 19 de Outubro.
Francisco Pedro Balsemão, director-executivo do grupo Impresa
A Impresa chega aos emigrantes portugueses nos Estados Unidos através da SIC Internacional, que Balsemão considera “ter vindo a crescer e a marcar presença em vários países diferentes. Nós temos uma enorme honra em fazer parte das escolhas dos telespectadores portugueses nos Estados Unidos e Canadá”, sublinha, acrescentando: “sabemos que também há novas gerações de portugueses que emigraram mais tarde ou que já cresceram nos EUA e, portanto, quando nós lançamos a OPTO, uma plataforma de streaming em português, fizê-mo-lo também já a pescar o olho a esta nova geração”.
Francisco Pedro Presas Pinto de Balsemão, de 44 anos, é filho de um dos nomes mais sonantes da política portuguesa (o antigo primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemão, que esteve no poder de 1981 a 1983) e assumiu a direcção executiva do grupo Impresa em Mario de 2016; formou-se pela Universidade Católica e pela norte-americana Kellogg School of Management, do Illinois.
Balsemão refere que “a nossa estratégia para a diáspora em geral é crescer. Este mercado é muito apetecível, há muita oferta mas também há muita procura”.
Com o pai, o antigo primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemão
O homem forte da Impresa considera que a parceria com o Festival Tribeca Lisboa, estabelecida há um ano, “é muito importante para a SIC, para a OPTO e para a empresa, porque nos dá aqui uma possibilidade de criar um novo patamar através do qual podemos atingir de forma mais ou menos ambiciosa outros públicos e não apenas o português”.
Balsemão também lançou um olhar crítico-analítico ao actual momento político americano, lembrando que o ‘Expresso’ “foi lançado numa altura de grande coragem por parte do meu pai, na altura em que vivíamos em ditadura”, com o jornal “a apostar na liberdade de expressão. E cá estamos, 55 anos depois, não só vivos mas de boa saúde”.
O gestor dá ênfase ao facto de “termos acima de tudo um histórico no que respeita à liberdade, liberdade de expressão, política, cultural, e é isso que nós queremos para Portugal, para a Europa e, já agora, para todo o mundo”.
Francisco Pedro Balsemão reconhece na América de hoje “um país polarizado, um país que tem muita dificuldade em conseguir pôr esses dois extremos a dialogar – na minha opinião. Faz falta esse diálogo e vontade de ambas as parte para promover esse dialogo. Não basta as partes estarem a falar dentro de cada partido. Se é possível noutros países”, alerta, “por que não nos Estados Unidos? Um país como este, com uma cultura democrática tão vibrante, que ensinou tanto ao mundo, tem de saber baixar a temperatura e deve saber continuar a inspirar o mundo nesse sentido”.