ESTUDO AMERICANO: Alimentos ultraprocessados afectam saúde mental

É dos que não consegue resistir a umas bebidas açucaradas, umas salsichas e alimentos do género ou snacks embalados? 

Talvez seja melhor pensar duas vezes, pelo menos à luz de um novo estudo que descobriu que as pessoas que consomem quantidades maiores de alimentos ultraprocessados têm mais sintomas de problemas mentais.

Embora os alimentos ultraprocessados sejam convenientes, de baixo custo, rápidos de preparar ou prontos para o consumo, essas formulações industriais de substâncias alimentares processadas (óleos, gorduras, açúcares, amido) contêm pouco ou nenhum alimento integral. 

São resultado de extensos “processos físicos, biológicos e químicos” que criam produtos alimentícios deficitários em alimentos originais e naturais, e incluem normalmente aromatizantes, corantes, emulsificantes e outros aditivos.

Embora existam algumas evidências que associam o consumo de alimentos ultraprocessados à depressão, os dados são escassos em relação a outros sintomas adversos à saúde mental, incluindo ansiedade.

Investigadores do Schmidt College of Medicine da Florida exploraram uma amostra da população para determinar se as pessoas que consomem grandes quantidades de alimentos ultraprocessados relatam sintomas de saúde mental significativamente mais adversos, incluindo depressão e ansiedade.

E os resultados mostram que os indivíduos que consumiram mais alimentos ultraprocessados em comparação com aqueles que o fizeram menos apresentaram aumentos estatisticamente significativos nos sintomas adversos à saúde mental, como depressão ligeira ou “dias ansiosos”.

“O ultraprocessamento dos alimentos esgota o seu valor nutricional e também aumenta o número de calorias, pois os alimentos ultraprocessados tendem a ser ricos em açúcar adicionado, gordura saturada e sal, mas pobres em proteínas, fibras, vitaminas, minerais e fitoquímicos”, explica Eric Hecht, um dos autores do estudo.

“Os dados deste estudo adicionam informações importantes e relevantes a um crescente corpo de evidências sobre os efeitos adversos do consumo de alimentos ultraprocessados nos sintomas de saúde mental”, acrescenta Charles H. Hennekens, também autor do trabalho.