ESTUDO: Demência diminui de geração para geração
Apesar do aumento global do número de pessoas com demência, devido ao aumento da população e esperança de vida, a prevalência desta condição tem diminuído significativamente de geração em geração.
Actualmente, uma pessoa entre os 75 e 80 anos tem apenas 15% de probabilidade de ter o síndrome.
Uma equipa de investigadores da Universidade de Queensland, na Austrália, analisou dados de mais de 62.000 pessoas com mais de 70 anos, nascidas entre 1890 e 1948, para determinar se existiam diferenças de geração em geração na prevalência da demência.
O estudo, que foi publicado em Junho passado na revista ‘JAMA Network Open’, envolveu 21.069 pessoas dos Estados Unidos, 8.878 de Inglaterra e 32.490 indivíduos da Europa, permitiu identificar uma descida gradual do número de casos de demência ao longo das últimas décadas.
Segundo Sabrina Len-zen, investigadora da Universidade de Queensland e co-autora do estudo, é provável que as melhorias na saúde cardiovascular, na educação, nas condições de vida e no acesso aos cuidados de saúde tenham contribuído para estes resultados.
“Graças à evolução na medicina, assistimos a melhorias na saúde cardiovascular, um melhor controlo da tensão arterial e do colesterol, todos eles factores de risco de demência”, explica Len-zen, em comunicado da universidade.
Os participantes foram divididos em 8 coortes de nascimento e 6 grupos etários.
Estas 8 coortes foram agrupadas em blocos de 5 anos de nascimento, sendo que a mais antiga incluía pessoas nascidas entre 1890-1913 e a mais recente entre 1944-1948.
Os 6 grupos etários eram 71-75, 76-80, 81-85, 86-90, 91-95 e >95.
“O nosso estudo permitiu-nos examinar a forma como a prevalência da demência muda com a idade e entre gerações, tendo em conta a altura em que os inquéritos foram realizados”, afirmou Lenzen.
Os resultados mostram que as pessoas nascidas no coorte mais recente têm menor probabilidade de sofrer de demência.
No caso nos Estados Unidos, por exemplo, 25,1% das pessoas nascidas entre 1890 e 1913 sofrem de demência, em comparação com 15,5% das pessoas nascidas entre 1939 e 1943.