EUA. Casa Branca propõe cortes de 50% no orçamento do Departamento de Estado
O Gabinete de Gestão e Orçamento da Casa Branca (OMB) propôs a redução do orçamento do Departamento de Estado em quase 50%, que inclui a eliminação do financiamento de quase todas as organizações internacionais. A proposta prevê o encerramento de várias missões diplomáticas e a redução do número de funcionários diplomáticos no estrangeiro e cortes no financiamento de organizações internacionais incluindo as Nações Unidas, muitas das suas agências e a sede da NATO, segundo as autoridades.
Apresentada ao Departamento de Estado na semana passada, encontra-se ainda numa fase muito preliminar, não devendo ser aprovada nem pela direcção do departamento nem pelo Congresso, que será chamado a votar todo o orçamento federal nos próximos meses.
Funcionários familiarizados com a proposta dizem que esta deve ainda passar por várias rondas de revisão antes de chegar aos legisladores, que no passado alteraram e até rejeitaram pedidos de orçamento da Casa Branca.
Embora preliminar, dá uma indicação das prioridades da administração Trump e coincide com cortes maciços de emprego e de financiamento em todo o Governo federal, desde o Departamento de Educação até à Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
Um alto funcionário familiarizado com a proposta – que falou sobrem anonimato à agência de notícias Associated Press – classificou-a de “agressiva” em termos de redução de custos, mas também sublinhou que se tratava de um esboço inicial que refletia o que o chefe do OMB, Russell Vought, procurou fazer na primeira administração do Presidente Donald Trump quando ocupou o mesmo cargo.
Os esforços do OMB para reduzir drasticamente o orçamento do Departamento de Estado durante o primeiro mandato de Trump foram recebidos com forte resistência no Capitólio e falharam amplamente.
No entanto, a segunda administração de Trump agiu rapidamente para reduzir o Governo federal, cortando empregos e financiamento em todas as agências.
De acordo com as notas da reunião interna do Departamento de Estado, a proposta prevê reduzir para metade o financiamento da ajuda externa gerida pelo Estado e pela USAID, que se situava em 52 mil milhões de dólares em 2024. Visa eliminar mais de um quarto da ajuda externa em geral, congelar os salários até ao próximo ano e reduzir as viagens e os benefícios dos funcionários do serviço externo dos EUA.
Os cortes vão também eliminar o financiamento da saúde mundial, com excepção de pequenos montantes para o VIH, a tuberculose e a malária e exigir que os parceiros mundiais no domínio da saúde contribuam com uma parte maior.
Segundo as fontes, as medidas também vão eliminar o financiamento das Nações Unidas – importante parceiro logístico para muitos esforços humanitários no mundo – e de outras organizações como a NATO.