EUROPEU 2024: Roberto Martínez ‘abusou’ e Portugal saiu ‘humilhado’

Portugal sofreu quarta-feira a mais ‘humilhante’ derrota da sua história em Europeus de futebol, ao cair perante a Geórgia (2-0), actual 74.ª do ‘ranking’ FIFA, que aproveitou da melhor forma a ‘arrogância’ excessiva do seleccionador Roberto Martínez.

Em Gelsenkirchen, na Alemanha, Kvaratskhelia, logo aos dois minutos, e Mikautadze, aos 57, de grande penalidade, com os dois lances a terem origem em erros de António Silva, deram um justo triunfo à Geórgia, numa partida em que Portugal, e sobretudo o seu seleccionador, sofreram uma lição de ‘humildade’.

Com o apuramento garantido e primeiro lugar do Grupo F do Euro-2024 assegurado, Roberto Martínez não levou a sério a Geórgia, desfigurou por completo a equipa com oito alterações e o resultado foi mesmo a sua primeira derrota em jogos oficiais como seleccionador português ao 13.º encontro.

Nunca Portugal tinha perdido frente a uma equipa com ‘ranking’ tão baixo num Campeonato do Europa e bem podem os georgianos agradecer a Martínez a primeira vitória de sempre na prova, e o apuramento para os oitavos de final, na participação de estreia.

A Geórgia chegou ao Euro2024 apenas através do ‘play-off’, depois de ter sido quarta classificado no seu grupo de qualificação e de ter algumas derrotas pesadas, como frente à Espanha (7-1).

A selecção nacional, que raramente se encontrou no relvado da Veltins Arena durante os 90 minutos e que dependeu quase sempre de rasgos individuais, até teve mais bola que o seu rival (68%), mas a Geórgia, no primeiro duelo oficial de sempre entre os dois países, foi claramente mais inteligente, lutou mais, correu mais e acabou por ser um justo vencedor.

A pequena cidade de Gelsenkirchen já fazia parte da história do futebol português, mas pela positiva, quando o FC Porto ali conquistou a Liga dos Campeões em 2003/04, e, a partir de hoje, tem nova marca nas páginas lusas, mas agora ligada à pior derrota de Portugal em Europeus.

Apenas Diogo Costa, Ronaldo e João Palhinha ‘sobreviveram’ à ‘revolução’ de Martínez, isto depois de o treinador espanhol ter sempre rejeitado esse cenário. Foram oito alterações no total, todas com jogadores de campo, ou seja, praticamente uma equipa nova e com o regresso ao sistema dos três centrais, opção que muitas dúvidas tinha levantado frente à República Checa.

Logo aos dois minutos, passe falhado de António Silva em zona proibida e Kvaratskhelia deu vantagem à Geórgia, perante a excessiva lentidão do defesa do Benfica, bem mais ‘pesado’ do que o avançado do Nápoles.

Portugal acabava de sofrer o seu golo mais rápido em fases finais de Europeus (1.34 minutos) e subitamente estava em desvantagem no relvado, assim como nas bancadas, com os adeptos da Geórgia em bem maior número do que os portugueses.

Para a segunda parte, Martínez lançou Rúben Neves para o lugar de Palhinha e Portugal regressou ao relvado com outra atitude e intensidade, ‘sufocando’ a Geórgia junto à sua área, outra vez sem resultados práticos e sem conseguir refazer a igualdade.

Contudo, ‘entrou’ novamente António Silva em ‘cena’, outra vez pela negativa, desta vez com uma falta desnecessária na grande área, com o árbitro da partida a apontar para a marca de penálti após recorrer ao VAR. Mikautadze não falhou para se isolar como melhor marcador do torneio (três golos) e o ‘escândalo’ de Gelsenkirchen ganhou ainda maior força.