Ex-ministro “ou recorre ao Tribunal Supremo ou paga 46 mil euros”

Manuel Maria Carrilho foi condenado pelo Tribunal da Relação de Lisboa a 3 anos e 9 meses de cadeia por violência doméstica contra a ex-mulher Bárbara Guimarães. A pena de prisão será suspensa se o ex-ministro da Cultura pagar uma indemnização de 40 mil euros à ex-mulher e seis mil euros à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), a título de danos não patrimoniais sofridos.

O acórdão da Relação, que dá razão aos recursos de Bárbara Guimarães e do Ministério Público, “não existe qualquer justificação para a actuação” de Carrilho. E defende que é de “exigir de quem tem maiores responsabilidades públicas que adopte comportamentos dignos, éticos e morais, o que o demandado, ex-ministro, ex-embaixador, professor universitário e autor de vários títulos publicados, não cumpriu desde logo pelos meios usados para ofender e achincalhar a sua ex-mulher, mãe dos seus filhos”.

Carrilho tinha sido absolvido na primeira instância do crime de violência doméstica por três vezes. E apenas tinha sido condenado pela práctica de um crime de difamação com multa de 900 euros e no pagamento a Bárbara Guimarães de uma indemnização, a título de danos não patrimoniais, no valor de 3000 euros.

Manuel Maria Carrilho não quis fazer comentários sobre esta decisão mas sabe-se que o ex-ministro vai recorrer para o Supremo Tribunal de Justiça.