EX-PRESIDENTE DA AG: Pinto da Costa morreu por ‘tomar dores’ de Madureira
O antigo vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG) do FC Porto Nuno Cerejeira Namora afirmou quarta-feira que Pinto da Costa, o anterior líder do clube, faleceu por “tomar as dores” de Fernando Madureira, no âmbito da Operação Pretoriano.
Na parte da tarde, da 18.ª sessão de julgamento, no Tribunal de São João Novo do Porto, a testemunha arrolada por Fernando e Sandra Madureira descreveu a relação de afinidade que o ex-líder da claque Super Dragões tinha com o presidente portista.
“Vivi muito mais com Pinto da Costa depois de perder as eleições do que os quatro anos em que trabalhei com ele. Há quem diga que o que o matou foram a operação, o cancro, a auditoria, a derrota nas eleições… Eu digo que Pinto da Costa morreu porque tomava as dores de Fernando Madureira. Sentiu que estava preso por ele”, relatou o depoente.
Quanto aos acontecimentos na Assembleia Geral (AG) de Novembro de 2023, apresentou Lourenço Pinto, antigo presidente da MAG como o grande responsável pelos tumultos, caracterizando-o como alguém que tinha uma “interpretação egocêntrica e autocrática” do cargo que desempenhava.
“A MAG estava muito preocupada, porque se apercebeu que havia duas tendências, uns do lado de Pinto da Costa e outros de Villas-Boas, com as redes sociais a arder, incendiadas por ambas as partes. A quatro dias, mandei-lhe por e-mail algumas destas comunicações ao Lourenço Pinto, porque admiti que não tivesse redes sociais e não se apercebesse o que estava a acontecer”, explicou, acrescentando que pretendia “evitar uma tragédia”.
Nuno Cerejeira Namora garantiu que todas as advertências foram ignoradas por Lourenço Pinto e que foi apenas ele, sem consultar o órgão que preside, que decidiu passar para a AG do auditório para o Dragão Arena, sem “estarem reunidas quaisquer condições de segurança”, contra todas as suas recomendações.
Referiu também que o anterior presidente da MAG estava “desorientado” e “não se apercebia de metade do que estava a acontecer”, tendo insistentemente mantido os trabalhos, mesmo com os desacatos que se acumulavam.
Os 12 arguidos da Operação Pretoriano, entre os quais o antigo líder dos Super Dragões Fernando Madureira, começaram em 17 de Março a responder por 31 crimes no Tribunal de São João Novo, no Porto, sob forte aparato policial nas imediações.
Em causa estão 19 crimes de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no âmbito de espectáculo desportivo, um de instigação pública a um cri-me, outro de arremesso de objectos ou produtos líquidos e ainda três de atentado à liberdade de informação, em torno da AG do FC Porto, ocorrida em 20 de Novembro de 2023.