FAA quer tomar medidas imediatas para resolver o caos no aeroporto de Newark
A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) anunciou esta quarta-feira que está a tomar medidas imediatas para resolver os problemas recorrentes que têm causado perturbações em centenas de voos no Aeroporto Internacional de Newark Liberty – um dos principais centros de aviação do país, que serve a cidade de Nova Iorque e a região envolvente.
Entre as medidas anunciadas, a FAA vai aumentar o número de controladores de tráfego aéreo, instalar três novas ligações de telecomunicações de alta capacidade e implementar um sistema de apoio temporário no centro de controlo de aproximação de Filadélfia, que está a gerir o tráfego de Newark durante a transição para uma rede de fibra óptica mais fiável.
A agência indicou ainda que estabeleceu um limite máximo na taxa de chegadas ao aeroporto de Newark “por tempo indeterminado” e que esse limite poderá ser temporariamente reduzido ainda mais, dependendo do número de funcionários, das condições meteorológicas ou de eventuais falhas técnicas, para garantir a segurança.
Ao mesmo tempo, Scott Kirby, CEO da United Airlines, garantiu aos funcionários que os voos de e para Newark “são absolutamente seguros”, apesar das revelações sobre uma falha recente nas comunicações da torre de controlo, que deixou os controladores incapazes de comunicar ou visualizar os aviões em aproximação.
Numa mensagem enviada aos trabalhadores, Kirby explicou que os pilotos seguem procedimentos rigorosos “para restabelecer a comunicação caso percam contacto por rádio com os controladores, de forma a manter a segurança da aeronave”.
A falha, ocorrida a 28 de Abril, fez com que os controladores perdessem contacto por radar e rádio com os aviões durante 90 segundos. Após o incidente, vários funcionários foram colocados em licença por trauma, segundo relatos da imprensa.
Um dos controladores que estava de serviço no dia da falha disse à CNN que aquele momento “foi a situação mais perigosa possível”. A origem do problema foi atribuída a uma instalação de controlo em Filadélfia, onde um fio de cobre sem isolamento provocou um curto-circuito no equipamento.
Esta segunda-feira, o aeroporto registou o cancelamento de pelo menos 140 voos e centenas de atrasos, com passageiros a enfrentarem esperas médias de quatro horas. A Bloomberg noticiou que alguns viajantes começaram a evitar o aeroporto de Newark.
Este, é um centro estratégico para voos internacionais da United Airlines e uma porta de entrada essencial para voos domésticos. No entanto, a escassez de pessoal, tecnologia obsoleta e obras nas pistas têm dificultado o regresso à normalidade nas operações.
A United revelou que costumava operar cerca de 440 voos por dia a partir de Newark, mas depois de cortes realizados na Primavera devido às obras e aos problemas mais recentes, esse número desceu para 293, após o anúncio do cancelamento de 35 rotas domésticas esta segunda-feira.
Mas os problemas em Newark não afectam apenas a United. De acordo com a plataforma Flight-Aware, mais de 580 voos foram cancelados ou sofreram atrasos na segunda-feira, 624 no domingo e mais de 520 na terça-feira.
Esta quarta-feira, Newark liderou o país em cancelamentos, com 41 partidas e 43 chegadas canceladas.
A FAA anunciou que planeia contratar 2 mil novos controladores este ano, oferecendo bónus e um aumento salarial de 30% para atrair mais candidatos.
Ainda esta semana, o secretário dos Transportes Sean Duffy, deverá divulgar um plano para modernizar os sistemas de controlo do país – uma iniciativa acelerada após a colisão aérea em Washington DC em Janeiro, que causou 67 mortos.