FALECEU EM PORTUGAL A FADISTA E INTÉRPRETE ELIZABETH MARIA, QUE FEZ CARREIRA NOS EUA
Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO
Faleceu ontem, dia 18 de Fevereiro de 2022, em Portugal, a fadista e intérprete Elizabeth Maria, aos 67 anos de idade. A conhecida voz, que fez quase toda a sua carreira nos Estados Unidos da América, para onde emigrara há quatro décadas, sucumbiu na sua casa de Alcochete a um coma diabético. A informação foi confirmada ao jornal LUSO-AMERICANO pela filha, Carolina Viana, presidente da Casa do Ribatejo de Newark, NJ.
A popular artista resolvera regressar a Portugal com o marido, João Viana, em Junho de 2019; o casal, que esteve unido durante 48 anos, viveu em Kearny, NJ, onde criou uma família com 3 filhos (Carolina, João e Artur Filipe).
“Gostava que se lembrassem da minha mãe como um ser humano genuíno e leal e como uma grande fadista”, diz a filha, Carolina Viana, em declarações prestadas ao jornal LUSO-AMERICANO.
Para além do marido e dos filhos, já aqui citados, Elizabeth Maria deixa de luto quatro netos: Mia Viana, Mason Negron, Madison Viana e Chase Negron.
As exéquias fúnebres vão ter lugar em Portugal, em data e local ainda por determinar.
🌐UMA CARREIRA ÍMPAR
Elizabeth Maria “começou a cantar aos 9 anos em cima de uma mesa”, conta Carolina Viana, ainda em Portugal, mas foi nos Estados Unidos que se fez intérprete. Ainda assim, era reconhecida do outro lado do Atlântico como a única fadista profissional oriunda de Alcochete, a sua terra natal.
Figura dinâmica no circuito do fado na América, onde se soube impôr com uma voz ímpar e pujante, representou sempre a alma e as tradições do Ribatejo. Passou pelos mais emblemáticos espaços de fado na região metropolitana de Nova Iorque (do ‘El Pastor’ ao ‘Sol-Mar’, à ‘Pipa do Fininho’ – em New Jersey – ao ‘Alfama’, em Manhattan). Deixa dois trabalhos discográficos gravados, em formato CD.
Defensora acérrima dos valores da música portuguesa – sobretudo o fado, foi figura muito ligada à Casa do Ribatejo de Newark, que tem presentemente como presidente da direcção a filha Carolina Viana.
Ao longo de décadas de carreira, actuou com alguns dos melhores músicos e guitarristas de fado nos EUA, incluindo Alberto Rezende e Francisco Chuva.
A cantora deixa um vazio difícil de preencher não apenas no meio artístico português nos EUA, como na comunidade lusa em geral.
Os nossos sentidos pêsames à família enlutada.