FBI alerta sobre possíveis acções de violência nos EUA até ao dia 20 de Janeiro
O FBI alertou para possíveis confrontos e actos de violência nos dias que antecedem a tomada de posse de Joe Biden no próximo dia 23.
O aviso das autoridades é extensivo aos 50 estados americanos.
Algumas cidades apoiantes de Donald Trump têm sido palco de protestos contínuos contra o racismo e a violência policial desde a morte do afro-americano George Floyd.
Estes manifestantes entraram em confronto com tropas federais – que durante semanas os dispersaram com bombas de gás lacrimogéneo e balas de borracha – e com milícias de extrema direita, como os Proud Boys.
Esta eleição está envolta num ambiente tão polarizado que fez soar o alarme para possíveis actos de violência, nas ruas e nos capitólios de praticamente todo o país, segundo as autoridades.
Em algumas cidades os comerciantes estão a proteger os seus negócios colocando tapumes de madeiras nas montras dos estabelecimentos.
“O que mais preocupa é a possibilidade de confrontos armados entre grupos contrários”, que “poderiam escalar para uma situação perigosa”, disse à AFP o agente da FBI em Portland, Renn Cannon. “Se os ânimos se exaltarem, poderíamos acabar com actos trágicos e infelizes de violência”.
Cannon lembrou o assassinato de um partidário de ultradireita em Agosto, morto a tiro por um activista alinhado com o movimento esquerdista Antifa, que foi abatido pela polícia dias depois.
A governadora do Oregon, Kate Brown, emitiu uma ordem executiva para que as forças estaduais assumam o controle da polícia de Portland, anulando uma ordem municipal que proibia o uso de gás lacrimogéneo. Também colocou em alerta a Guarda Nacional, tal como em Washington, DC e noutras capitais americanas.
“Esta é uma eleição como nenhuma outra em nossas vidas”, disse um funcionário governamental que alertou para a presença de supremacistas brancos.
O FBI está “muito atento” a qualquer ameaça que possa “reduzir a capacidade das pessoas de exercer os seus direitos da primeira emenda [liberdade de expressão] ou para exercer o direito de voto”, disse Cannon, que destacou que o escritório da agência federal em Portland, com 250 agentes, decidiu recursos adicionais para combater crimes eleitorais, como a supressão do voto, a fraude e as ameaças cibernéticas estrangeiras.