Fogo de Castro Marim deixa algumas pessoas sem nada
O incêndio que se iniciou em Castro Marim e alastrou a Vila Real de Santo António e Tavira deixou um rasto de destruição na serra nordeste algarvia e algumas pessoas sem nada, como o ceramista Hélio Pereira. A agência Lusa visitou esta a zona afectada, desde a área onde o fogo se iniciou, na Pernadeira, em Odeleite, Castro Marim, até à mata nacional de Santa Rita, em Tavira, passando pela freguesia de Vila Nova de Cacela, em Vila Real de Santo António, e viu como o fogo deixou grandes zonas de serra calcinada, afectando alguns edificados, como o estúdio de Hélio Pereira, Embora a maioria das residências tenha sido salva, Hélio Pereira, um ceramista que se instalou em Faz Fato, no concelho de Tavira, viu o seu estúdio e o trabalho de uma vida “todo destruído” pela passagem do fogo que acabou por reactivar-se e só foi novamente dominado um dia depois.
“O estúdio ficou todo destruído e a casa está danificada, as caixilharias de alumínio derreteram, queimou parte do tecto e a canalização também foi afectada”, disse à Lusa Hélio Pereira, enquanto removia os escombros calcinados do estúdio onde habitualmente trabalhava, à procura de algum pertence ou material que pudesse ter escapado ao fogo. Com a ajuda da amiga Célia Câmara, Hélio Pereira procurava salvar ainda algumas peças de barro cheias de fuligem, na “esperança de que se possam lavar e ainda ser salvas”. Mas, pouco escapou à força das chamas, que ainda afectaram a casa contígua, embora sem a destruir totalmente, como aconteceu ao estúdio. “O fogo começou a vir e já não houve tempo para nada. Só consegui reunir alguns documentos, que era uma coisa que me preocupava, dado a dificuldade que agora existe em renová-los. Aqui fora havia um estrado em madeira, o fogo pegou aqui fora e o resto já não pôde ser salvo”, contou.